22/02/2016 - MOEDAS, CÉDULAS E NICHOS




Dados do Banco Central mostram menor criação de moeda desde 1994. Encolheu o seu estoque, em termos reais, 8,4% no ano passado. Já relativo às cédulas de R$5,00, R$10,00 e R$20,00 poderão encolher cerca de 9% neste ano. Não circulam mais R$0,01 de moeda e R$1,00 de papel. No geral, o número de cédulas se reduziu em 1% no ano passado. O contingenciamento continuado do orçamento público anual tem mostrado que se gastou R$1,23 bilhão em 2013. Em 2016, R$1,35 bilhão é a previsão. Sem dúvida, caindo em termos reais o gasto com moedas e cédulas, afetadas pela forte recessão da economia. A briga por troco é grande. Há comerciantes oferecendo brindes, tais como uma lata de leite da marca moça, por R$100,00 de trocados. O nicho continua sendo se refugiar no cartão de crédito e de débito. O meio circulante da espécie cada vez diminui de forma semelhante como aconteceu com o cheque. Os meios de pagamento cada vez mais se tornam virtuais.

A recessão se aprofunda no Brasil, o IBGE se referiu na semana passada que há mais de 9 milhões em desemprego aberto no Brasil. Além do mais, 11.000 cidadãos vem ficando sem ocupação a cada dia útil. As vendas no comércio registraram a primeira retração desde 2003.

Há exceções na recessão, que são os chamados nichos de mercado, com empresas que estão crescendo na crise. Por exemplo, a montadora de automóveis da marca Honda, a sétima maior vendedora de carros no Brasil, em 2015, foi a única entre as dez maiores montadoras a registrar aumento no número de emplacamentos, crescendo 11%, enquanto as vendas como um todo da indústria automobilística recuaram 25%. O sucesso se deve ao modelo SUV HR-V, cujo design agradou em cheio, lançado no primeiro semestre do ano passado, cuja espera tem demorado cerca de 90 dias. De igual forma o jeep Renegade, o primeiro modelo de jeep fabricado no Brasil, apresenta filas para ser adquirido. No comércio, no ano passado, apenas o segmento farmacêutico apresentou crescimento. O vetor de crescimento alegado pelo IBGE é do envelhecimento da população, crescendo a busca maior por remédios. A projeção é de que em 15 anos o número de cidadãos com mais de 60 anos vá dobrar. A Pirancajuba, indústria de laticínios da região Centro Oeste, tem obtido êxito como lançamento de uma linha de produtos sem lactose, mas com cereais. A Fibria, produtora de papel e celulose, mediante câmbio favorável, aumentou 42% de receitas com exportações. A CVC da área de viagens voltou-se para o mercado de turismo nacional e elevou suas receitas em 12%. Já os chocolates Kopenhagen e Brasil Cacau ampliaram em 18% as vendas no ano passado. Enfim, histórias contadas de empresas que possuem boa estratégia, através de elevação da produtividade conseguem melhorar os seus negócios. Sem dúvida, aquelas que mais têm sofrido com a crise são aquelas ligadas às obras públicas ou que gravitavam no esquema da Petrobras e obras do PAC, bastante retraídas. Enfim, oportunidades estão muito restritas, mas há nichos. As atenções deverão ser redobradas para quando houver a recuperação da economia, quando as o leque de oportunidades irá se abrir. Mas, quando? Muitos analistas financeiros não acreditam neste ano. Porém, fazem fé no final do ano que vem. O que é óbvio, o ciclo de baixa chegará ao fim, mas que seja o mais próximo possível.

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