24/02/2016 - PIOR DO QUE ANTES DE 2003




O que está pior do que antes de 2003 é que o governo da presidente Dilma nunca teve uma agenda de gestão econômica. Assim, está muito pior do que o ex-presidente Lula, que, em oito anos, conseguiu incremento do PIB de 4% ao ano, bem pior do que os oito anos do presidente FHC, que construiu taxa de incremento do PIB de 2,3% anuais, está bem pior do que a gestão de Itamar Franco, que obteve 4,9% ao ano de 1993 para 1994. Está cada vez mais próximo do desastre de Fernando Collor, dentre os presidentes eleitos pelo voto popular, desde 1960. A presidente Dilma parece que terá governo com crescimento médio anual muito mais próximo de zero do que de um, dadas às perspectivas sombrias de uma gestão que não se antecipa aos fatos. No seu primeiro triênio seguiu rigorosamente o governo de Lula, inclusive com seu Ministro da Fazenda, que não era o líder da equipe econômica anterior, e sim, Henrique Meirelles, presidente do Banco Central. Depois de fracassar em seguir a gestão anterior, mediante inúmeros equívocos de sua lavra, continuou seguindo os fatos, e não se antecipando, dado que viu a economia ingressar em estagnação em 2014, taxa de 0,1% do PIB, realizando déficit primário de R$32 bilhões naquele ano; viu a economia ingressar em recessão em 2015, a ser anunciada em 03 de março próximo, pelo IBGE, estimada em – 4%, quando realizou déficit primário de R$115 bilhões; viu também a economia ingressar em forte recessão em 2016 e também esperada de – 4% do PIB. Nestes três últimos anos anunciou superávit primário, em dois obteve déficit primário. Novamente, para este ano, propôs superávit primário e já pretende revertê-lo em déficit primário de R$60 bilhões. O Ministério do Planejamento, através do seu titular, Nelson Barbosa, anunciou que irá propor isto em março, ao tempo em que pretende controlar os gastos no futuro, fixando tetos de despesas futuras. Quer dizer, a política econômica tem ido atrás da queda de atividade econômica, quando deveria ser o contrário.

Desde 1999 que a equipe econômica trabalha com o sistema de metas da inflação. Em pelo menos os cinco últimos anos ultrapassou o centro da meta de 4,5%, extrapolando-se para o viés de alta de 2%. Ao contrário da queda da economia, a inflação se elevou bastante, de 6,4% de 2014, passou a 10,7% em 2015. O relatório Focus semanal do Banco Central, que auscultou 120 analistas do setor privado, estima para este ano inflação de 7,62% e tem a esperança de que chegue a 6% em 2017. Porém, as previsões citadas são otimistas e a inflação repica para cima. Os “top five”, isto é, os cinco mais famosos analistas consultados pelo Banco Central acreditam em inflação superior a 8% em 2016. Por seu turno, a prévia da inflação do IBGE de fevereiro passado registra aumento expressivo de 1,42%, maior taxa desde fevereiro de 2003. Continua-se tendo o pior dos mundos, forte recessão e elevada inflação, bem próxima de dois dígitos, efetivamente, desestabilizadora. 

 

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