05/02/2016 - INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA RECUA MAIS




A indústria brasileira recuou 8,3%, no ano passado. O maior recuo se deu no segmento automobilístico, que recuou 25,9%, em relação ao ano de 2014. Houve queda em 25 dos 26 segmentos pesquisados pelo IBGE. Somente a indústria extrativa cresceu dos 805 produtos investigados. Entre eles, 78,3% tiveram perda na produção, em relação a 2014. Naquele ano a indústria tinha recuado 3%. Já a previsão do boletim Focus, que ausculta 100 especialistas do mercado financeiro, através do Banco Central, prevê recuo nestes 2016 de 3,8%. A forte desvalorização do real (a favor) e a também a forte recessão (contra), fizeram de esta última ter efeito maior do que a primeira. Por seu turno, o Custo Unitário do Trabalho (CUT) continuou crescendo, pelos reajustes salariais médios acima da inflação. Em 2015, o CUT era 158% maior do que o de dezembro de 2002. Ademais, há outros custos, tais como a burocracia, tributos e insumos importados, dentre outros, que, juntos, tornam a indústria brasileira menos competitiva. Para o gerente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Renato Fonseca, nas últimas décadas o segmento empresarial tem se defrontado por dificuldades decorrentes da má gestão, infraestrutura precária e baixa qualificação dos trabalhadores. Porém, sem que ele dissesse, os empresários não se queixam do CUT, e sim, dos juros elevados e da falta de crédito. Não sem motivo, o governo federal pretende repetir a matriz econômica de crédito farto do seu primeiro mandato e deu no que deu: forte recessão, já que o País necessita mesmo são de reformas estruturais que melhore o ambiente geral dos negócios. Entretanto, para Vinicius Torres Freire, ontem na FSP: “Paralisia, lerdeza e indefinição são as três tristes graças do Brasil neste recomeço provisório deste ano... Caso da destituição da presidente esfria, mas incerteza política ainda vai até abril”.

Dados da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), a situação é esta mesmo, acima diagnosticada, visto que as montadoras estão ajustando sua produção aos mercados. No mês de janeiro de 2016, em relação a janeiro de 2015, a produção de veículos recuou 29%. Não se queixou a ANFAVEA da alta carga tributária, mas da ausência de crédito. Porém, para os consumidores, é esta que mais influencia os preços dos veículos. Os tributos nos carros nacionais são em média de 40%, enquanto nos Estados Unidos são de 5%; México, 16%; Argentina, 20%; Itália, 22%. Atualmente, os estoques médios dão para 49 dias de vendas. A situação continua muito apertada para o referido segmento empresarial.

 

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