18/02/2016 - REBAIXAMENTO DA NOTA DE CRÉDITO VOLTA DEZ ANOS




Após cinco meses, a maior agência internacional de risco do mundo, a Standard & Poor’s (S & P), rebaixou a nota brasileira de crédito de BB+ para BB. Ou seja, BB+ já colocou o País no rol de países especulativos, para quem as taxas de juros são mais altas e crédito escasso. O rebaixamento do grau brasileiro se reporta a volta a dez anos, quando o País começou a ter altas taxas de crescimento, parecendo que se ingressaria no longo ciclo virtuoso. Mas, não, depois de cinco anos, o Brasil ingressou na fase descendente, já há cinco anos, bem mais forte porque parece que irá persistir, visto que o governo tem piorado fortemente a contabilidade nacional. A S & P pune o País por apresentar dificuldades da equipe econômica em acertar as contas públicas, somadas à piora do quadro recessivo. Entidades externas de prestígio do mundo, tais como o FMI e a OCDE, somente fazem projeções depois de ver as projeções de brasileiros, geralmente menores do que os números nacionais. Mas, agora, não. Eles estão acompanhando as estimativas locais. O FMI há um mês afirmou que – 3,5% do PIB era a queda deste ano. Agora foi a vez da OCDE de colocar – 4%. Ao continuar vacilando, o medo está se expandindo e já há analistas econômicos dizendo que a recessão deste ano será pior do que a do ano passado. Recobro somente no ano que vem, lentamente. Karl Marx celebrizou mais uma frase de que “a história só se repete como farsa ou tragédia”. No caso brasileiro se parece mais como uma tragédia da época de João Goulart, quando, no início de 1963, os números contábeis eram muito ruins, mas ele colocou na frente do Ministério Extraordinário do Planejamento o economista notável, Celso Furtado, bem como um famoso advogado da época, San Tiago Dantas, no Ministério da Fazenda, para colocar em prática o Plano Trienal. O referido plano tratava das reformas estruturais. O presidente João Goulart vacilou muito e terminou não as levando a cabo. Quase tudo na economia piorou e houve o golpe militar de 1964. Na democracia atual, é quase impossível um golpe. Portanto, para a economia brasileira melhorar é preciso que a presidente Dilma tenha maior dimensão em suas decisões. Por enquanto, ela disse que irá pessoalmente assumir as negociações da recriação da CPMF e da reforma da previdência. Se não, somente como novo governo se retomará o equilíbrio das contas nacionais. Claro, também, não é “o fim do mundo”. Mas, o aperto continuará por todo este exercício. Quiçá, melhore a situação em 2017. É o que todos almejam. Porém, tem que haver as reformas estruturais ou começá-las.

A S & P colocou em perspectiva negativa o País e poderá rebaixar novamente a nota de crédito brasileira. Alega a citada agência que as medidas de ajustes teriam que ser mais longas e não acontecem pela inabilidade do Executivo em articular-se com o Legislativo. Portanto, visualiza ainda um agravamento da crise brasileira.

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