23/02/2016 - REUNIÃO DE CÚPULA DO G-20
A segunda maior crise do
capitalismo aconteceu de 2008 para 2009. O mundo hoje está recuperado e
autoridades brasileiras dizem que o Brasil agora é que sofre com os efeitos da
crise. Ou seja, culpando a crise capitalista, quando a culpa é da má gestão
nacional. Naquela época, os países lideres do mundo, antes G-7, Estados Unidos,
Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Canadá e Itália (potências industriais),
ou, G-8, que incluía a Rússia (também potência nuclear) como convidado, notaram
que existiam outros emergentes, já a China assumindo o segundo PIB mundial, bem
como o Brasil como sétimo PIB, a Índia, em oitavo, dentre outros, resolveram
então para liderar melhor o mundo, criar-se encontros anuais do G-20. Na
prática, tal grupo, como também o BRICS, Brasil, Rússia, Índia, China e África
do Sul, fazem encontros de resultados sem grande expressão. Continua mesmo
forte é o G-7. Para este ano, a China é a anfitriã, tendo colocado em pauta a
necessidade de reformas estruturais para o citado grupo, sendo o Brasil
representado pelo Ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, que passará uma semana
lá. Adiantou a sua assessoria que as reformas da previdência social e a fiscal
serão protagonistas do seu discurso. A reforma previdenciária visa elevar a
idade mínima para aposentadoria, o que irá desafogar o orçamento público. Já a
reforma fiscal se compõe de projeto que ele prometeu enviar ao Congresso em
março, fixando um teto para os gastos públicos. No caso dos limites para as
despesas não sejam cumpridas serão disparados vários gatilhos para que os
gastos retornem ao patamar desejado. Um dos gatilhos é o congelamento do
reajuste real do salário mínimo. Sem dúvida também haverá gatilhos para os
programas sociais, cancelamento de concursos e retirada de benefícios ao
funcionalismo. Reconhece que o Brasil passa por forte recessão, rombo nas
contas públicas e teve nota de crédito rebaixada pela agência de risco Standard
& Poor’s, pela segunda vez, depois de cinco meses. Mesmo assim, antecipou
que o Brasil possui fundamentos fortes, que são reconhecidos pelos demais
integrantes do G-20. Textualmente, disse: “Não sofremos fuga de capitais, temos
reservas elevadas e não tivemos uma crise do balanço de pagamentos”.
Por partes, a reforma da
previdência é elevação da idade mínima, o que é correto. Mas, a reforma fiscal
não é o que disse, visto que se refere à pretensa contenção de gastos. Seria só
um lado e o lado das receitas? O balanço fiscal é de receitas e despesas. Teria
de conter também a reforma tributária. Enfim, os fundamentos fortes referidos
estão sendo erodidos pela deterioração das contas nacionais, principalmente
pela enorme elevação da dívida pública, que, a qualquer tempo poderá atingir as
reservas externas. Aí poderá haver fuga de capitais e crise no balanço de
pagamentos. O Brasil precisa de efetivas reformas estruturais na economia e não
deixar a economia caminhar para trás, como já acontece há dois anos e parece
ingressar no terceiro ano recessivo e consecutivo. Quem acredita na contenção
de gastos? Conforme editorial da FSP de hoje: “Buraco no Teto”. Começa assim:
“Governo propõe limite máximo para seus gastos no futuro, mas a disposição para
ajustes efetivos não aparece no orçamento deste ano. Há duas décadas a despesa
do governo se expande a taxas superiores às da economia do País, tendência já
perceptível nos anos de vacas magras e agora escancarada pela severa recessão”.
Afinal, como acreditar que irá conter gastos se declarou o Ministro da Fazenda,
em referência, que irá propor também para este ano, o terceiro déficit primário
consecutivo, no valor de R$60 bilhões?
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