14/02/2016 - FIM DA DESCIDA DO PIB AINDA NÃO ESTÁ PRÓXIMO



A economia brasileira começou a descer a ladeira em 2014 e chegará ao fundo do poço em meados deste ano, segundo expectativas dos economistas dos três grandes bancos nacionais: Bradesco, Itaú-Unibanco e Safra. Contudo, isto não quer dizer que começara a escalar as paredes do poço. As referidas instituições acreditam que ficará estagnado até o final de 2016. Somente em 2017 começaria, lentamente, a recuperar-se. Mas, para atingir o produto per capita de 2013, o maior até este momento, só em 2021. Praticamente, uma década perdida pela recessão, seguida de estagnação. O pior das citadas previsões é de que o desemprego continuaria a crescer, conforme os três bancos, até 2017, ultrapassando, desde já os dois dígitos. O embrulho decorre do desarranjo das contas nacionais, desde 2014, que continuaria até 2017. Na verdade, o fracasso do ajuste fiscal se deu em dois sentidos. O primeiro, quando verificou o governo que tem 91% das suas despesas obrigatórias ou inevitáveis. Por exemplo, o número de funcionários do Congresso está muito inchado, correspondendo ao dobro dos membros da Polícia Federal. O segundo, que a falta de confiança de investidores e de consumidores, tomou conta da economia, fazendo cair fortemente a arrecadação. No balanço geral, fracasso do ajuste fiscal.

No ano passado, em termos reais, a arrecadação recuou 6,4%. Quer dizer, muito mais do que o – 4% de redução esperada do PIB. Esperavam as instituições de pesquisa, entre as quais se destaca semanalmente o Banco Central, com o boletim Focus, que, embora recessivo também seria 2016, mas bem menos do que 2015. No entanto, já no segundo mês de 2016, as estimativas mudaram para pior, esperando-se um ano tão ruim como 2014, caindo a economia também em 4%. Na medida em que o governo adiou o corte de despesas, que deveria ter sido anunciado dia 12, passado, dizendo não saber de quanto irá cortar de gastos públicos, somente fazendo anúncio em março, tendo em vista que a arrecadação prevista de janeiro foi muito frustrante. A retração, em termos reais, das receitas do governo foi de – 5%. A comparação do valor não percebido é equivalente a todo o investimento público de 2015 ou corresponde ao gasto anual de dois orçamentos do Programa Bolsa Família.

Desde 1980 que o Fundo Monetário Internacional (FMI) calcula a evolução (ou involução) do PIB per capita, em termos de poder de compra, para 24 países emergentes. O rendimento médio do brasileiro em 2014 foi de US$16,2 mil, caindo para US$15,7 mil, em 2015, enquanto a média do rendimento dos 24 países selecionados se elevou de US$17,1 mil para US$17,4 mil, no mesmo período. Assim, a renda média do brasileiro o empobreceu, sendo de 90% da renda per capita dos países emergentes anualmente pesquisados pelo FMI.

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