19/02/2016 - CÁLCULOS DO BANCO CENTRAL CONFIRMAM FORTE RECESSÃO



Os indicadores preliminares das estimativas sobre o PIB de 2015 confirmam taxa até acima de – 4%. Ontem, foi a vez do Banco Central (BC), que geralmente apresenta indicador menor ou próximo ao divulgado pelo IBGE. Assim, cálculos do BC tem confirmado a descida da economia brasileira, ainda ladeira a baixo, predizendo, através do seu Índice Brasileiro de Atividade Econômica (IBR-Br) =  – 4,08%. Se os números do BC forem reiterados pelo IBGE será o maior recuo em 25 anos, visto que em 1990, perante o governo de Collor, o PIB ficou – 4,3%. Em linha de maus resultados, no ano passado, o desemprego industrial se retraiu 6% da população economicamente ativa, segundo o IBGE. Referida previsão também está em linha com aquela dos grandes bancos, como Itaú e Bradesco, que possuem equipes de acompanhamento econômico. Assim, o PIB de 2015 estará parecido com o PIB de 2011. Vale dizer, cinco anos do governo Dilma para crescimento praticamente zero, enquanto a população continuou e continua crescendo por volta de 1%. Logo, o País está empobrecendo e perdendo vantagens que tinha sido obtida nos oito anos do ex-presidente Lula. Muito pior ainda, que o Brasil não está se aproveitando do bônus demográfico, oportunidade única na história de qualquer país, quando a maioria da sua população tem idade entre 18 a 65 anos, apta de forma plena para trabalhar.

O setor que vai decrescendo com força é a indústria. Por exemplo, o emprego tem caído em quatro anos consecutivos. Em 2012, - 1,4%; em 2013, - 1,1%; em 2014, - 3,2%; em 2015, 6,2%. No acumulado de quatro anos, tem-se queda de 12,4%, segundo o IBGE. As indústrias, no período em tela, cortaram produção e empregos para ajustar-se à queda do consumo das famílias e à redução dos investimentos. Acresça-se a isso, que o setor industrial já vinha combalido desde o início do Plano Real (1994), devido à virada histórica de trabalhar-se com apreciação cambial (antes era comum trabalhar-se com desvalorização monetária). Ademais, esperam-se nova retração de produção industrial e novas demissões em 2016. Se houver retomada a volta das vagas não será imediata, tal como acontece o inverso com retração econômica. O fato é que, se o setor industrial que já alcançou 25% do PIB em 1985, estando hoje por volta de 10% do PIB, a camada da população que maiores renda possuem é aquela que mais tem sido demitida, relativamente aos demais setores produtivos.

Nem tudo são espinhos, a desvalorização cambial estimula as exportações, sendo esperado forte saldo comercial neste ano. Dessa forma, o déficit externo que era de cerca de US$100 bilhões, provavelmente cairá para US$50 bilhões em 2016.

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