20/02/2016 - RECONHECER A INCOMPETÊNCIA
Sem precedentes, o governo
federal admite terceiro ano de déficit primário, de até R$60,2 bilhões, próximo
de 1% do PIB. Desde 1901, quando a contabilidade nacional foi instaurada, não
há registro de três anos com déficit primário. Mal começou o ano, o governo
federal abandonou uma aspiração, agora, cortando 0,39% do PIB, de R$23,4
bilhões e passando para um rombo nas contas públicas. Por que isto? Dados do
Ministério do Planejamento permitiram ao governo calcular que – 2,9% recuará o
PIB neste ano. Diante disto, também recuará a arrecadação. Em consequência
haverá déficit de R$60,2 bilhões do valor definido no orçamento. É ou não é
reconhecer a incompetência? Incompetência em fechar suas contas. Incompetência
em fazer a economia retomar o caminho do crescimento. Quem derrubou a economia
foi o governo. Vacilando, desestimulando os agentes produtivos e os
consumidores. Instalando o pessimismo. Por que não faz um plano econômico de
verdade e não corta na própria carne? Passou da hora de perder os anéis. Agora
vêm os dedos. Se adiar, perde ainda mais. Mas, perder, ninguém quer a não ser compulsoriamente.
Dessa forma, o governo pedirá ao
Congresso para registrar mais um buraco nas contas públicas pelo terceiro ano
consecutivo. Ou seja, a proposta global é de abater da meta fiscal der R$24
bilhões, cerca de 0,5% do PIB, o valor de R$84,2 bilhões, ficando um buraco de
R$60,2 bilhões. Isto é, 0,97% do PIB.
Introduziu os gatilhos nas
despesas públicas. Quando as despesas superarem as previsões orçamentárias não
serão possíveis realizá-las. Uma coisa óbvia. Que mostra que o governo não sabe
o quanto gasta. Cortará em vários lados. O governo está disposto até a congelar
o salário mínimo. Cortará obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC),
cortará emendas parlamentares. Mas, não cortará onde deve, qual seja dentro dos
ministérios que fundiu, de 39 para 31. Até agora não fez avaliação de quanto
cortou aí.
Enfim, como vem sempre atrás do
desastre, bem como à frente do sucesso. Isto é, quando está bom, então está
melhor ainda. Quando está ruim, pensa que está menos pior. Dessa forma, diante
do exposto, o que ocorreu se deveu à nova estimativa de queda do PIB deste ano
de – 1,9% Para - 2,9% do PIB, pela equipe econômica.
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