25/04/2015 - SINAIS DE PARAR DE CAIR




A economia vive de sinais cíclicos. Em geral, quando ascende, ascende devagar até ao topo. Quando cai, cai devagar até o fundo. A comemorar, quando para de cair e volta a subir. A preocupar, quando deixa o topo em direção à planície. Portanto, ao retificar os dados de crescimento ou decrescimento, o fundamental é as curva de crescimento ter inclinação positiva. Quanto maior a inclinação positiva, melhor para o país. Referida curva do ciclo econômico de longo prazo, quanto mais sobe, mais benefícios se traduzem. Matematicamente, é uma curva tipo oferta global de bens com inclinação maior do que um. Dessa forma, o primeiro sinal de parar de cair no Brasil foi dado pelo IPCA-15 (inflação de 15 dias de março, indicador medido pelo IBGE) menor do que o de fevereiro. Porém, as projeções dos cem especialistas ouvidos pelo Banco Central semanalmente acreditam que a inflação não irá cair de 8% neste ano. O segundo sinal desta semana é que o Índice de Confiança do Empresário Industrial levemente aumentou para 38,5 pontos. Em abril de 2014, esse mesmo indicador estava em 49,2 pontos. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), número abaixo de 50 indica falta de confiança, já que ele varia de zero a 100. O terceiro sinal foi a publicação dos balanços auditados da Petrobras, embora a operação Lava-Jato somente esteja no início, não responsabilizou nem a metade das empreiteiras envolvidas, tampouco abriu ação penal de cerca de 50 políticos, ainda sob investigações da Polícia Federal, demonstra que se está no fundo do poço, preparando-se para subir. O quarto sinal é de que o dólar recuou por volta de 20%, em torno de R$3,00, que revaloriza certos ativos que foram desvalorizados, diminui o endividamento em dólar, mas reduz as exportações. A bolsa de valores brasileira continuou a subir, precificando relativas melhoras para os próximos dias. O quinto sinal é de que o Banco Mundial informa que o Brasil lidera queda da pobreza extrema nas duas últimas décadas. O estudo dele é de que a renda de 60% dos nacionais aumentou renda entre 1990 a 2009. Os cálculos são de que 25 milhões deixaram de ser miseráveis no período em tela. Os dados não são do período atual, mas o apoio do Banco Mundial é importante para financiar a infraestrutura. A propósito, pobreza extrema é quem vive com menos de US$2.50 por dia.

Na contramão, o governo está fazendo um ajuste fiscal que pretende cortar mais de R$66 bilhões. Vai no bolo o fato de que o governo federal já reduziu gastos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em 27% até maio, tirando prioridade do PAC para a multiplicação de inversões, sendo isto uma grande dificuldade para deixar de ser recessivo. Portanto, nada garante se desce ainda mais um pouco ou se volta a subir.

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