04/04/2015 - UM POUCO DE OTIMISMO





Este mês começou com reação positiva dos agentes econômicos, na medida em que o discurso de sete horas de Joaquim Levy, no Senado, referiu-se ao ajuste fiscal com um início de forte corte de despesas governamentais, muito embora admitindo também que poderia elevar algumas alíquotas de tributos, associando-se com declarações da presidente Dilma à agência de notícias Bloomberg, que prepara um “grande corte” nos gastos. A grande imprensa afirmou que era “forte otimismo”. Aqui se consigna como um pouco de otimismo, visto que falar sobre questões equacionadas de forma ainda insuficiente, por mais de três meses, quando deveria claramente referir-se às medidas de redução dos ministérios, de atração de investimentos, através da necessária reforma fiscal, e não, simplesmente um ajuste fiscal, além de que é fundamental a realização de parcerias público/privadas, coisa que a equipe anterior de Dilma, que não a atual equipe econômica (que somente tem falado em controle da inflação e de ajuste fiscal), procurava impor uma maior presença de regulação do Estado, indo de encontro às aspirações dos grandes empresários, que recuaram em suas inversões. Ainda mais que, em fevereiro, continuou havendo déficit primário das contas governamentais. Por outro lado, de positivo está no fato que o dólar caiu um pouco, sem intervenção do Banco Central em realizar swaps, além de que a Petrobras contratou US$3,5 bilhões de empréstimo com a China.

Os empresários continuam insistindo que o governo deve cortar mais seus gastos de custeio e não elevar as alíquotas de impostos. Por isso ainda não ensaiaram com a volta dos investimentos. De outro modo, não vêm com bons olhos os elevados juros da SELIC e dos sistemas de bancos oficiais. 

Internacionalmente, o Brasil é visto com um ambiente difícil de negócios. As grandes agências de risco, Standard & Poor’s, a Fitch e a Moody’s ainda ameaçam retirar o Brasil do grau de investimento, se não for feito, bem feito, o ajuste fiscal. O Banco Mundial, ao examinar 183 países mantém o Brasil em 120º lugar no ambiente geral de negócios. A avaliadora de riscos FM Global, que examina 130 países, piorou a classificação brasileira em dez posições, colocando o Brasil em 59º lugar. No primeiro lugar está a Noruega e em último a Venezuela. Os seus motivos são derivados da queda de popularidade da presidente Dilma, sem referir-se ao escândalo que é a operação Lava-Jato. Percebe-se que se quer chegar ao fundo poço na Justiça, com a aceitação da recuperação judicial da OAS, além de acordos de leniência que provavelmente serão realizados com as empreiteiras, visando não paralisar parcialmente o País. Porém, muita água ainda vai rolar no buraco que está deixando na economia a Petrobras. Na contramão também, embora não citado pela agência de riscos, está a elevação do índice de desemprego no País, principalmente na indústria em geral.

Tem-se acima, um conjunto de idas e vindas, não estando ainda claro que a economia irá recuperar-se ainda este ano. Sem quase nenhuma dúvida, o País está em recessão. A situação está muito difícil.

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