08/04/2015 - EM FAVOR DA COMPETITIVIDADE INDUSTRIAL
Empresas e sindicatos se unem por
competitividade da indústria de transformação. Que empresas industriais? Todas.
Que sindicatos? Aqueles ligados a centrais trabalhistas lideradas pela Força
Sindical. Este grupo divide o movimento sindical com outra liderança, que é a
Central Única de Trabalhadores, apoiadora dos governos do PT, que tem deixado
ou acreditam que devem deixar a indústria de transformação à própria sorte.
Trata-se de uma “coalização indústria-trabalho”, que publicou um manifesto com
reclamações tradicionais, acerca da dificuldade com o câmbio, juros e carga
tributária. Quanto ao câmbio, propugnar por maior desvalorização é também
chamar a maior inflação e é um assunto para ir-se com calma. Além do mais,
desde setembro de 2014 que o dólar se elevou em cerca de 40%, o que incentivou
as exportações de manufaturados. Quanto aos juros, estes baixarão quando a
inflação retroceder. Portanto, gradativamente. Relativo à carga tributária, aí
está justamente a mais forte reivindicação, para ter–se uma pauta de uma
verdadeira política industrial. O que o manifesto deveria mesmo devassar é a
necessidade de resolver-se a questão deficitária da logística com transportes. O
novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio é Armando Monteiro,
empresário, senador, que prometeu nova política industrial. Não está ainda
conseguindo porque o governo quer, antes de tudo, realizar o ajuste fiscal.
As entidades se referem ao fato
de que, na década de 1980, a participação da indústria de transformação no PIB
industrial era de 35% e de que hoje é de 2%. A propósito, o PIB industrial
atingiu o seu pico em 1985, quando foi de 25%. Os seus menores níveis
aconteceram antes de 1956, data do Plano de Metas, que começou o reforço da
indústria brasileira, mediante dinâmica que deu com a instalação da indústria
automobilística e a dinâmica da construção civil, rasgando o Brasil em seus
pontos cardeais para construir Brasília. Naquela época, de 1956, a participação
industrial era de 16% do PIB. Desde os anos de 1980 que a indústria vem
definhando e hoje está no nível de 13% do PIB. Claro, as questões das
participações relativas são de grandezas diferentes, haja vista que havia mais
a agricultura de exportação in natura e hoje é mais forte o agronegócio, tanto
in natura como de bens semibeneficiado e beneficiado. Já o setor de serviços
cresceu muito com a crescente urbanização.
Enfim, a situação da indústria
não é só mais recessiva, é de difícil reversão. Urgente, nova política
industrial, mas parece que a equipe econômica ainda pede para esperar. Nada
obstante, o IBGE divulgou sondagem conjuntural ontem, pesquisa na qual a
indústria teve desempenho ruim no bimestre janeiro-fevereiro, de – 9,1%. Na
Bahia se recolheu – 17,5%.
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