15/04/2015 - PECUÁRIA EM ALTA




A moeda brasileira tem se desvalorizado frente ao dólar numa velocidade maior do que a queda dos preços das commodities. Ou seja, houve uma valorização das matérias primas em reais, mesmo com a queda do preço em dólares. No conjunto de notícias econômicas piores do que boas, sem dúvida o agronegócio se fortalece.  A previsão do crescimento da agropecuária no início do ano era de 2,8%, para 2015. Ora, se o próprio FMI, que é cauteloso, está projetando recuo de 1% no PIB, o setor industrial (notadamente doméstico) e o setor de serviços cairão bastante.

Como exemplo do agronegócio, o Brasil é o segundo maior produtor e o principal exportador de carne bovina. A distribuição mundial da sua produção em 2014 estava assim: Estados Unidos, 19%; Brasil, 17%; União Europeia, 12%; China, 10%; Índia, 7%; Argentina, 5%; Austrália, 4%; outros 25%. Já as exportações globais em 2014 foram: Brasil, 21%; Índia, 19%; Austrália, 17%; Estados Unidos, 11%; Nova Zelândia, 6%; Canadá, 4%; outros 22%. O Brasil exportou 2 milhões de toneladas de carne bovina em 2014.

A produção brasileira de carne é das mais competitivas do mundo. Produzir um quilo de carne em fazenda do Mato Grosso custa quase 60% menos do que nos Estados Unidos. O custo de produção de carne, em reais, por arroba é de R$19,00, enquanto nos Estados Unidos é de R$44,00. Porém, a produtividade brasileira da sua produção é baixa. Os rebanhos nas pastagens brasileiras demoram mais a ganhar peso do que o gado confinado, fato comum nos países do hemisfério Norte (Estados Unidos, Canadá, Europa) e do hemisfério Sul (Austrália, Argentina, Nova Zelândia). A proporção de cabeças abatidas por ano, em relação ao rebanho total é de: 38% nos Estados Unidos; 31% na União Europeia; 30% na Austrália; 24% na Argentina; 20% no Brasil. Como exemplo, a parcela do gado abatido criada em confinamento nos Estados Unidos é de 66%, enquanto no Brasil é de 10%. Como a criação extensiva é a opção mais econômica de boa parte da pecuária nacional, para aumentar a produtividade brasileira é preciso utilizar cada vez mais tecnologia no campo.

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