11/04/2015 - PERSPECTIVA DE ESTÁVEL PARA NEGATIVA
O Brasil ingressou no ano de 2015
somente obtendo notas ruins. Entrou em estagnação em 2014 e ingressou em
recessão neste ano. A equipe econômica está envidando esforços para chegar ao
fundo do poço e voltar a crescer. Uma das maiores agências de risco mundiais,
formando o trio famoso de credenciamento (Moody’s/Standard & Poor’s/Fitch),
a agência Fitch, manteve em seu novo relatório a nota brasileira de bom pagador
(BBB), o também chamado de grau de investimento ou o que indica que o País é um
local seguro para investimento, mas colocou a atual avaliação em perspectiva de
negativa. Significa isto que, se a situação econômica não melhorar, rebaixará a
nota brasileira. Em síntese, três efeitos ruins apareceriam: o País seria
considerado um local de empréstimos especulativos, o crédito ficaria difícil e
caro. Está em cheque o atual ajuste fiscal e não deve ficar por aí, urgente
devem ser a redução dos ministérios e a reforma econômica, ambas já bastante
citadas. Em comunicado, a Fitch explicou que colocou a referida perspectiva
devido à desaceleração da economia, à deterioração da situação fiscal e ao
maior desequilíbrio do País. A Fitch se referiu ao fato de que em 2014, o PIB
se elevando de 0,1% é estagnação; o PIB caindo 1% (para ela) é recessão. “O
crescimento médio do Brasil nos últimos três anos de apenas 1,5%, comparando
com a mediana de 3,2% de outros países ‘BBB’, evidencia a natureza estrutural
da performance baixa”. A outra agência
do trio de avaliação de acreditação internacional, recentemente, a Standard
& Poor’s deixou inalterada a nota de BBB – (menos), último degrau da escala
de pagador. A terceira agência, a Moody’s, também manteve a nota de Baa2, o que
representa dois graus acima do País perder o grau de investimento. A diretora
de rating soberano da Fitch, Shelly Shettry, afirmou que a perspectiva
delineada pela agência será reapreciada dentro de 12 a 18 meses. Até lá, o
Brasil tem de reverter resultados não promissores.
Sem parar de notícias ruins, em
linha de alta vem o desemprego, que tanto foi ressaltado em campanha
presidencial de 2014, como virtude, que estava em linha de baixa até novembro.
A taxa média de desemprego do País no trimestre móvel encerrado em fevereiro
chegou a 7,4%, superior aos 6,8% do período terminado em janeiro e ao patamar
de 6,5% do trimestre findo em dezembro. Os dados são da Pesquisa por Amostra de
Domicílios Contínua, levantamento de caráter nacional com cerca de 3.500
municípios (mais de 53% deles e nos de maior população; os 2.565 outros são bem
menores e longínquos). Como causas da piora revelou o IBGE está o cenário
econômico menos favorável, juros mais altos, crédito restrito, consumo em
desaceleração e menor confiança dos empresários. Para especialistas do IBGE, a
tendência é de piora nos próximos meses.
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