10/04/2015 - ACORDOS DE LENIÊNCIA
A operação Lava-Jato está só no
começo das investigações, cujas ações na justiça comum já começaram com
inquéritos sobre empreiteiras, diretores da Petrobras, doleiros e outros,
havendo ainda de ser aberta a Ação Penal no Supremo, de mais políticos com foro
privilegiado do que no episódio do mensalão, a presidente da República,
discursou no Rio de Janeiro, dizendo que a Petrobras “já deu a volta por cima”;
“limpou o que tinha que limpar” e “a Petrobras tirou os que se aproveitaram das
suas posições para enriquecer”. Não é verdade que a Petrobras está fazendo
isto, e sim, a Justiça Federal, a Polícia Federal e o Ministério Público,
imputando ao seu partido e a base, que insistem em dizer que não são os
culpados. O País está em recessão e a presidente agora trata de inaugurar obras
do programa Minha Casa, Minha Vida, tirar fotos com prefeitos, dar entrevistas
a jornais estrangeiros, deixando a negociação econômica no Congresso com o
“estranho no ninho” Joaquim Levy, bem como a negociação política como vice-presidente,
Michel Temer. Dessa forma, órgãos públicos têm que funcionar.
Previstos na lei anticorrupção,
ainda não completamente regulamentada pelo governo federal, os acordos de
leniência permitem que empresas alvos de processos punitivos tenham punições
reduzidas, em troca de colaborar com as investigações e ressarcir integralmente
o dano causado ao erário. A Controladoria Geral da União (CGU), recheada de 29
processos da operação Lava-Jato, abre caminhos para os acordos de leniência,
mas proibindo doações políticas de empresas para partidos políticos, que
fizerem tais acordos. Pelo menos, cinco empresas investigadas na Lava-Jato já
manifestaram interesse em acordos para a CGU. Caberá ao Tribunal de Contas da
União (TCU) identificar e sinalizar para a CGU aquelas empresas que poderão
firmar os acordos de leniência. A primeira delas é a empresa holandesa SBM que
pretende devolver US$1,7 bilhão. Pelo exposto, muito dinheiro poderá vir de
tais contratos de devolução, sem contar que as empreiteiras envolvidas na operação
Lava-jato, não podem ficar paralisadas, visto que quem perde mais é a economia
brasileira.
A CGU publicou, anteontem, no
Diário Oficial quatro atos ligados à lei anticorrupção, em vigor desde janeiro
de 2014. Antes de aprová-las, aquelas que recorreram ao acordo de leniência
terão de devolver o tomado a mais, além do que a CGU irá multá-las e autorizar
a continuidade das obras. Desde outubro as empreiteiras em referência vêm
desativando suas atividades, sendo responsáveis por 170 mil dos 250 mil desempregados
na indústria da construção civil, considerados no mesmo período em tela.
Comentários
Postar um comentário