14/04/2015 - MOVIMENTO BRASIL EFICIENTE
Criado por Getúlio Vargas, o
estilo de governar chamado de populismo. Isto é, o governo dar as coisas,
proteger os pobres e fracos. Tutelar um povo não lhe dá autonomia,
limitando-lhe a forma de crescer. Pelo menos, desde 1930, que se estabeleceram instituições
vindas de cima para baixo. Vindo dos dominadores para os dominados. O modelo
primário exportador, de 1500 a 1930, concentrava privilégios com o governo deixando
que os lucros fossem privatizados. Mas, quando havia prejuízos, havia a “socialização
das perdas” da oligarquia, Celso Furtado mostrou tão bem seu livro clássico “Formação
Econômica do Brasil”. Getúlio iria proteger a indústria, que fora proibida em
toda a etapa colonial e era solapada pelos agricultores, concedendo-lhe subsídios
e usando as divisas para a importação de máquinas e equipamentos industriais. O
modelo getulista é chamado como modelo da substituição das importações, que, em
mais de 50 anos, criou uma indústria “artificial”. Quando Collor lançou em
1990, o Programa de Competitividade, somente os segmentos industriais
eficientes vingaram. A indústria, que já fora 25% do PIB, em 1985, começou a
cair desde os anos de 1980, sendo hoje próxima de 13% do PIB. A agricultura
tradicional tem sido substituída cada vez mais pelo agronegócio, hoje já sendo
23% do PIB. Aliás, o setor primário tem crescido muito, sendo 33% do PIB. O
setor industrial 13% o setor de serviços 54%. O fato é que o Estado brasileiro
sempre foi mastodôntico, tendo crescido a taxas maiores do que o PIB durante os
governos do PT. Lula cresceu em 5% a carga tributária, já elevada de 32% por
FHC. Considerando de 36% a 37% a carga tributária, mais a presença das estatais
e das agências reguladoras, o Estado brasileiro chega a ser a metade na sua
presença econômica.
O Movimento Brasil Eficiente,
conforme um dos seus fundadores, Paulo Rabello de Castro, que tem sua
consultoria prestigiada, doutor em economia pela Universidade de Chicago, a
mesma que concedeu o mesmo título ao atual ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defende
que seja reduzido o tamanho do Estado afirmando que a distribuição de
vantagens, subsídios, escolha de empresas amigas para crédito barato e fácil,
além dos programas sociais, levaram a atual estagnação da economia. Para ele: “A
carga de impostos deveria ficar congelada, em quarentena. Os recursos saem da
margem de lucro das empresas ou do gasto das famílias com a educação dos filhos
e são dilapidados em uma despesa pública que não é produtiva... É preciso
instituir um conselho de gestão fiscal com atribuições bem definidas. Caberá ao
conselho revisitar e analisar as despesas sob o ponto de vista da eficiência...
Na física, o momento de virada é considerado um ponto de acumulação a partir do
qual ocorre uma ruptura. Estamos próximos desse momento. O mal-estar está nas
ruas. As pessoas passaram a ter senso de urgência... O Brasil não tem mais o
benefício extraordinário e dadivoso de um ciclo de commodities... O Brasil tem
de identificar uma matriz macroeconômica realmente nova... Gastar menos e
melhor... Em seguida, é necessário deflagrar mecanismos de poupança popular, que
hoje está estatizada... As aprovações das mudanças têm que ocorrer no
Congresso, que é o foro adequado... É preciso um pacto entre governo federal,
estados e municípios... O Brasil é um país que passa por um momento
especialmente positivo em função do bônus demográfico, com uma população de
maioria ainda jovem e ativa. Some-se a isso o bônus da consciência social que
desperta e fica claro que este é o momento da virada” (em entrevista à revista
Veja, desta semana). Para Castro é preciso que se façam mudanças duradouras,
tais como as reformas do PAEG (1965), que foram a financeira, a administrativa,
a fiscal, a trabalhista, sem que para isso precise recorrer à via militar.
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