21/04/2015 - PROGRAMA DE CONCESSÕES DA INFRAESTRUTURA
Em reunião em Washington, o ministro
da Fazenda, Joaquim Levy, após encontro do FMI e do G-20, na semana passada,
representou sozinho o Brasil, como se fosse chefe de Estado. A presidente Dilma
ficou no País. A desenvoltura de Levy mostra que o segundo mandato é o oposto
do primeiro, quando não houve praticamente abertura para o capital estrangeiro,
na área de concessões para a infraestrutura. Segundo o ministro, o setor
privado investiu US$200 bilhões em infraestrutura no Brasil nos últimos cinco
anos, em áreas como energia, comunicações e logística. É muito pouco. Por
exemplo, a Confederação Nacional do Transporte estima que o Brasil precise
construir 10 mil quilômetros de rodovias. Porém, só consegue ampliar a malha
rodoviária em 700 quilômetros, 7% do necessário. Por esse e outros motivos, os
custos de produção sem uma boa logística se elevam em até 30%, tornando as
empresas nacionais sem poder de competição internacional. Enfim, os gargalos da
infraestrutura impedem que o País cresça satisfatoriamente.
Nas palavras do ministro se vê
que ele está fazendo o ajuste fiscal e tenciona a volta do crescimento brevemente.
“Nosso plano é, nas próximas semanas e meses, apresentar uma visão global de
áreas que estão disponíveis para concessões. É claro que precisamos de algum
tempo, porque preparar esse projeto leva tempo, alguns já estão mais avançados,
outros menos, para que as pessoas possam ter uma visão geral. Acho que até maio
deveremos ter isto feito. Estamos até discutindo um acordo com o Banco Mundial
para ajudar a desenvolver alguns deles. As concessões em si levam um tempo,
então o que vamos fazer é um arcabouço com as grandes áreas, os valores e
também tentaremos algum tipo de cronograma. Queremos que as pessoas entendam o
quadro geral. Tem bastante demanda. Agora o que precisamos é desenvolver
mecanismos de financiamento, que permitam ligar a demanda com a oferta. Vocês
que estão acompanhando as discussões, vários fóruns, discutiram isso. O Brasil
tem uma grande vantagem que é o tamanho de nosso mercado, mercado de capitais
relativamente desenvolvidos. Saí mais confiante do que quando cheguei. As
pessoas estão cada vez mais entendendo o que estamos fazendo, o fato de o
Brasil tem um rumo. Você vê no Brasil começou a haver uma estabilização das expectativas,
ainda em nível baixo. É um período de ajustes, mas uma etapa indispensável para
voltar a crescer. Há uma grande torcida entre os países parceiros pela melhora
da situação do Brasil. E isso é natural, porque é óbvio o que é bom para o
Brasil é bom para os seus parceiros”.
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