05/04/2015 - REVERTEU-SE SUPERÁVIT DO COMÉRCIO EXTERIOR
O maior motivo pelo qual o dólar
teve em poucos meses um reajuste de 31% decorreu basicamente de que as
importações dos últimos anos eliminaram o superávit no comércio exterior que
vinha existindo desde o início do século XXI, sendo necessário reativar as
exportações, visto que, a carência de dólares faz com que seu preço se eleve,
em face de maior demanda. Vendo os cinco últimos anos, as exportações foram em
2010 de US$202 bilhões, as importações de US$182 bilhões, superávit de US$20
bilhões; em 2011, exportações de US$ 256 bilhões, importações de US$226
bilhões, superávit de US$30 bilhões; em 2012, exportações de US$243 bilhões,
importações de US$223 bilhões, superávit de US$20 bilhões; em 2013, exportações
de US$242 bilhões, importações de US$240 bilhões, superávit de US$2 bilhões; em
2014, exportações de US$225 bilhões, importações de US$229 bilhões, déficit de
US$4 bilhões. No Brasil, o número de empresas exportadoras recuou para 20 mil,
contra avanço para 44 mil de firmas importadoras. Acresça-se à citada valorização
do dólar a escassez da moeda ao nível internacional, à forte recuperação da
economia americana, cuja autoridade monetária já cogita em elevar os juros
básicos.
A alta do dólar favorecerá
algumas empresas exportadoras. Porém, o benefício nas exportações será modesto
e deixará o custo de vida mais elevado para os brasileiros. O modesto efeito
exportador decorre do fato de que os custos brasileiros são mais elevados
relativamente aos custos internacionais devido ao chamado custo Brasil, isto é,
da deficiência da logística com transportes, da inoperância dos portos e
aeroportos, da intrincada legislação e elevada burocracia, além da deficiente
elevação da produtividade. Quanto ao aumento do custo de vida já se percebe
pelas taxas inflacionárias superiores a 8%. Ademais, sabe-se que o efeito da
desvalorização do câmbio implica em elevação de 30% na taxa inflacionária.
O PIB de 2014 alcançou R$5,52
trilhões. Ao câmbio de R$3,20, o PIB correspondeu a USS2,40 trilhões. A renda
per capita do brasileiro alcançou US$11,764.71 ao ano, considerada a população
de 204 milhões. As exportações corresponderam a 9,37% e as importações a 9,54%
do PIB de 2014. Logo, a soma delas é de menos de 20% do PIB. Nos países
avançados, as participações das exportações mais as importações estão bem acima
de 30%. Conforme se vê o Brasil é ainda uma economia muito fechada em negócios
com exterior. Basta dizer que há décadas, as transações internacionais
brasileiras variam de 1% a 2% dos negócios internacionais. Hoje está em 1,3% delas.
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