03/04/2015 - REVÉS DA POPULARIDADE POR CAUSA DA ECONOMIA
O crescimento
econômico de 2010 foi de 7,6%, o maior das últimas décadas. Não sem motivo, o
ex-presidente Lula encerrou o seu segundo mandato com 83% de aprovação. Os seus
grandes reveses foram 40 inquéritos de companheiros do mensalão e 17 pedidos de
impeachment, estes julgados improcedentes. Embora o julgamento do referido
escândalo tenha acontecido há dois anos, quando a culpabilidade para a maioria foi
imputada, o fundamental mesmo para a enorme popularidade foi o desempenho
econômico, ainda mais que ele cravou uma média de 4% anuais, em oito anos.
A presidente Dilma obteve 63% de
conceito ótimo/bom em março de 2013, caiu para 55% em junho, para 31% em julho,
subiu para 37% em setembro, para 43% em novembro. Claro, em 2013, o crescimento
econômico alcançou 2,7%, um número relativamente bom, mas já se apresentava
tendência de queda para 2014. Citado conceito caiu para 36% em março, para 31% Em
junho, mas, em face das promessas da campanha eleitoral, de revigoramento
econômico, mediante uso da máquina do governo, subiu para 38% em setembro e
encerrou em alta em 40% em dezembro. Porém, desde o início do segundo mandato
as notícias têm sido ruins a cada dia, culminando com o anúncio, no final de
março, de incremento de somente 0,1% do PIB em 2014. Resultado descendente rápido,
pesquisa do IBOPE, entre os dias 21 e 25 de março, entrevistando 2.002 pessoas,
em 142 cidades, mostrou queda abrupta do conceito de ótimo/bom para 12%. No
outro extremo, em março de 2013, o governo de Dilma tinha conceito ruim/péssimo
de 7% em março de 2013. Agora chegou a 64%, o pior nível de popularidade desde
o início do primeiro mandato, em 01-01-2011. A confiança da presidente caiu
para 24%. Ela perdeu popularidade em todos os estratos avaliados pela atual
pesquisa, como nos conceitos de combate a fome, desemprego, inflação e
tributos. A pesquisa apontou que 76% dos entrevistados avaliaram que o segundo
mandato está sendo pior do que o primeiro; 18% mencionaram que os dois mandatos
estão sendo iguais e apenas 4% dos consultados acreditam que o segundo mandato
está sendo melhor. Acerca das perspectivas para os próximos anos de mandato,
55% dos entrevistados acreditam que o futuro não será bom. Somente 14% creem
que o muito que falta da gestão será ótimo ou bom. A baixa avaliação do governo
de Dilma também foi expressiva no Nordeste, onde era grande a sua aprovação, de
sete em cada dez eleitores. O IBOPE revelou que apenas 18% dos nordestinos
consideram o governo de Dilma como ótimo ou bom. Dos entrevistados, 70%
desaprovam a atual gestão, perante 26% que aprovam e 64% que não confiam na
presidente. Os que confiam são 34% no Nordeste. A comparação das duas formas de
gestão dos dois mandatos no Nordeste mostra que 74% dos entrevistados disseram
que no segundo mandato está sendo pior. Outros 16% consideraram igual e 7%
declararam ser melhor a atual administração.
Enfim, o resultado se deteriorou
de forma rápida, principalmente, porque o escândalo da operação Lava-Jato tomou
proporções inimagináveis e de que as projeções de mercado, feitas pelo próprio
Banco Central, são cada vez piores. É convicção de quase todos que a recessão
deste ano será muito forte. No mínimo de – 0,5%; no máximo de – 2%. Quase tudo
em muito depende do propalado ajuste fiscal, que está demorando de se
concretizar e as perspectivas ficando a cada dia piores.
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