20/04/2015 - INFLAÇÃO DESTE MÊS SERÁ MENOR
Se a inflação indicada pelo IPCA
15 de março desacelerou, divulgado pelo IBGE, parece que ela vai reduzir-se
lentamente, de março para abril, a notícia é importante, para que a economia de
pior, volte a melhorar, mas é certa de que, neste ano de ajuste fiscal, ele
será recessivo. Ou seja, neste ano tudo indica que haverá recessão de, no
mínimo, - 1%, conforme os cem analistas ouvidos semanalmente pelo Banco
Central, para voltar a crescer em 2016, ainda que pouco, conforme previsões do
FMI, que ratifica projeção do BC de crescimento negativo em 2015. A tendência
para este ano, contudo, é de que os consumidores não tenham alívio no bolso. O
IPCA, índice oficial da inflação ficará em nível superior até o fim do ano, visto
que os preços administrados represados serão soltos esparsamente neste
exercício, assim como o Banco Central ainda poderá elevar em 0,5% a taxa básica
de juros, na reunião de maio. É possível que ela pare de aumentar a SELIC na
próxima reunião de julho.
O complicador é que os reajustes
da energia elétrica têm sido cavalares, tendo também uma bandeira de taxímetro
que não parou e irá demorar, para parar, na cor vermelha, a mais forte e mais
cara. Além do mais, agora, depois desta data, a elevação da conta de luz é de
média superior a 11%, irradiando-se em toda a economia, sendo repassados para
os consumidores sobre a forma de inflação. Por outro lado, nada garante que não
haverá outra elevação dela.
A ânsia em economia não leva a
nada. Quando há a inflação em disparada, o sistema econômico degringola.
Portanto, a luta é contra ela, sem fronteiras. O filme foi terrível no passado
de seis décadas. Em 1964, esteve em 91%, sendo desculpa principal para o golpe
militar. A partir de 1980 passou de 100% e os militares, após 21 anos de
ditadura, tiveram como sua principal causa para a saída do poder em 1984. José
Sarney procurou zerar a inflação com o Plano Cruzado (1986). No curto prazo, o
congelamento de preços/salários/câmbio funcionou. Porém, a demora em descongelar,
a inflação voltou, estourando o gatilho em fevereiro de 1987. O Plano Cruzado
II foi um pacote fiscal para adiar o retorno enorme da inflação. Adiou, mas não
deu certo. O Plano Bresser (1987) fez novo congelamento, mas deixou a inflação
naquele ano por volta de 235%. O Plano Verão (1989) fez novo congelamento.
Porém, deixou a inflação para mais de 1.000%. O Plano Collor (1990) prosseguiu
em mais um congelamento. A inflação caiu, mas voltou com força. O Plano Collor
II (1991) foi novo congelamento, que funcionou no ato, como todos os cinco
congelamentos em uma década, sem sucesso. A inflação era interplanetária. Collor
foi destituído. Como resultado sintético, em 1993, a inflação bateu em 2.500%.
No governo de Itamar Franco se fez o Plano Real (1994), que, finalmente,
derrubou a inflação para dois dígitos no mesmo ano, depois, para um dígito.
Meta de mais de 20 anos. Neste ano, atinge a sua maioridade, na estabilização
da economia. FHC, Lula, Dilma, conseguiram colocar a inflação, na maioria dos
seus anos, em um dígito. Nestes mais de 20 anos, o País se tornou um país
emergente, mediante inflação de um dígito, sendo questão de honra que ela não
ultrapasse desse patamar de dois dígitos.
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