25/07/2013 - EFEITO DILMA


A revista Exame tem 47 anos, tendo publicado 1.045 edições, mensais, basicamente revista de economia e negócios, editando há 40 anos o Anuário “Maiores e Melhores. As 1.000 Maiores Empresas do Brasil”. A sua defesa sempre foi da empresa privada, tendo se oposto muitas vezes, quando pode, ao regime militar (1964-1984), quanto às tendências de criar empresas estatais. A linha editorial tem se pautado por defender a iniciativa privada, mostrando o Estado como empresário ineficiente. A edição do citado anuário de 2013, chama de “Ações. Efeito Dilma” o fato de que as três maiores estatais brasileiras, Petrobras, Banco do Brasil, Eletrobras, perderam R$225 bilhões de valor de mercado, isto é, valores de bolsa de valores, em relação ao patrimônio líquido. São suas as palavras seguintes (p. 26): “A onda de intervencionismo do governo federal na economia provocou uma desvalorização sem precedente das empresas estatais desde o Plano Real. É a conclusão de uma pesquisa exclusiva da consultoria Economática”... ”Petrobras e Banco do Brasil passaram a valer menos do que seu valor contábil. Pudera. A Petrobras vende combustível por um preço até 20% inferior ao do mercado internacional. O BB aumentou em 25% a sua carteira de crédito no último ano, quatro vezes mais que os bancos privados. E com a mudança nas concessões do setor, a Eletrobras perdeu 10 bilhões de reais no último trimestre de 2012. Os minoritários estão pagando a conta”. Ora, não é bem assim. O caso da Petrobras é que o valor de mercado foi inflado desde 2006, mediante a descoberta do petróleo na camada do pré-sal, o qual ainda não corresponde nem a 10% da produção da estatal, a qual também voltou a importar petróleo porque alguns poços seus estão secando. O diferencial de preço poderia ser sustentado se o Brasil tivesse passado a condição de exportador de petróleo, mas ele voltou a ser importador, não mantendo a anunciada autossuficiência, tanto festejada por Lula e por Dilma. No caso do Banco do Brasil, pelo contrário, a expansão da sua escala lhe propiciará lucros crescentes, no longo prazo, o seu preço de mercado se recuperará quando tal fato acontecer. No caso da Eletrobras, sim, a antecipação das renovações das concessões lhe causou mesmo prejuízo de R$10 bilhões.

O “efeito Dilma” não está apenas nas estatais. Está, sim, na falta de planejamento de longo prazo e nas reformas estruturais, que ela prometeu e não realizou até agora.

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