13/07/2013 - PAC SOB FOCO
Sem dúvida, há grande busca de avaliação das mais de 100 promessas de campanha da eleição presidencial de 2010, não cumpridas e daquelas que regrediram. Ou melhor, não foi feita nenhuma reforma estrutural, nem um planejamento global tão esperado. Dessa forma, as cobranças irão para a ordem do dia e muito terão influências nas próximas eleições de 2014. Na campanha de 2010 a presidente Dilma, em uma das suas viagens com a sua comitiva de trem, resaltando uma das obras do PAC, a ferrovia Norte-Sul, foi de muitos festejos. Três anos depois, o trecho onde ela teria percorrido de trem inaugurado, está sem utilização, coberto por camada de ferrugem e com mato ao derredor, o que chamou a atenção da Agência Globo, ao examinar 42 projetos do PAC, tidos como os mais irregulares. Ao confrontar a última avaliação com aquela primeira de seis anos atrás, relatório de 2007, um dado estarrecedor comparece. Ou seja, os custos dos 42 projetos subiram R$100 bilhões, exatamente o dobro do que a presidente prometeu para resolver o problema de mobilidade urbana do Brasil, situação caótica nas cidades, que conduziu as redes sociais a convocarem as manifestações de junho, que atraíram milhões de pessoas para as ruas.
O Tribunal de Contas da União apurou irregularidades graves nos citados projetos. O estouro orçamentário mais alarmante é o da refinaria de Abreu Lima, em Pernambuco. Na primeira avaliação do PAC, de abril de 2007, seu custo projetado era de R$5,6 bilhões, prevista inauguração em janeiro de 2011. Atualmente, a estimativa é de R$35,8 bilhões, revista para inaugurar em maio de 2015. Em segundo lugar, o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, cujo investimento estimado em abril de 2007 era de R$8,2 bilhões, prevista a inauguração para março de 2012. Hoje, o investimento está orçado em R$26,6 bilhões, revisto para inauguração em agosto de 2016. Outros exemplos podem ainda serem citados. A pavimentação da Rodovia BR-163, entre Guarantã-Santarém custaria R$1,5 bilhões, prevista para 2010. Nova revisão do investimento é para R$2,2 bilhões, prevista conclusão para 2015. A duplicação da BR-101, entre Palhoça (SC), divisa com o Rio grande do Sul, custaria R$1,5 bilhão, prevista para 2010. Novo cálculo é de R$2,4 bilhões, conclusão para dezembro de 2013. O projeto de irrigação Baixio de Irecê (BA), previsto para irrigar 58 mil hectares. Até o momento apenas a primeira das nove etapas foi concluída, com 4,3 mil hectares irrigáveis.
Enfim, das 42 obras acima citadas, previstas em 2007, apenas metade foi inaugurada.
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