01/07/2013 - ERROS REPETIDOS
Observando a economia brasileira,
o atual governo federal completou ontem dois terços do seu mandato, exatamente
trinta meses, sem que trouxesse sinais de melhoria econômica. Pelo contrário,
as contas públicas mais importantes se deterioraram, visto que o modelo
econômico baseado no consumo global e nos gastos do governo se esgotou e eles
nada fizeram para mudá-lo. Ainda, pelo contrário, cometeram erros semelhantes
aos do pior passado econômico. Uma lista de dez erros pode ser enumerada. Primeiro,
os juros básicos da SELIC caíram com inflação acima da meta mais o viés de alta
(4,5%, meta + 2%, viés = 6,5%), quando o receituário que vinham adotando antes,
por oito anos dos mandatos de Lula, era o inverso. Segundo, empresas escolhidas
receberam crédito subsidiado, o que discriminou milhões de outras, resultando
em retração dos investimentos empresariais. Terceiro, reajustes de preços foram
adiados, a pedido do ministério da Fazenda. Quarto, um dos pilares do tripé, o
superávit primário, obteve gastos públicos maquiados, o que gerou muitas
críticas, inclusive internacionais. Quinto, o incentivo ao consumo se colocou
acima dos propósitos, como se isto estimulasse inversões privadas, acontecendo
o contrário. Sexto, BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal foram
usados para subsidiar o consumo, recebendo aportes do Tesouro, o que elevou o
endividamento público. Sétimo, programas
do governo vem tendo sido objeto de intensa propaganda, a maioria feitos a
toque de caixa. Oitavo, o déficit nominal do governo atual subiu de 2,2% para
2,9%, em relação ao governo anterior. Nono, desprezou-se a gravidade da crise
capitalista internacional, afirmando-se que o Brasil tem uma economia doméstica
que se defende bem do tecido econômico externo, o que não é verdade. Décimo,
reconhecem as agências de risco que o Brasil tem que ser ameaçado, como já fez
no mês passado a certificadora Standard & Poor’s, para mudar o errático
modelo.
Olhando o governo Collor, de
triste memória, exatamente após trinta meses, quando os erros de tão absurdos,
chegaram à insanidade, mediante dois planos econômicos, contendo dois
congelamentos de preços-salários-câmbio, resultaram, em consequência,
impedimento de governar de Fernando Collor. A presidente Dilma não cometeu
nenhuma insanidade. Mas, a sua popularidade começou a cair, conforme várias
pesquisas, de forma forte, exatamente no trigésimo mês do seu governo. É de
esperar-se que o modelo seja mudado logo, sobre pena de comprometer a pretensa
reeleição presidencial.
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