02/07/2013 - PLANO SAFRA 2013-2014
A cada ano, no meio do exercício,
vem cheio de expectativas o financiamento agropecuário federal, denominado de
Plano Agrícola e Pecuário 2013-2014 (PAP). A boa notícia foi o aumento
substancial do crédito de R$21 bilhões, ou seja, de 18% em relação ao montante
disponibilizado na safra anterior, ao todo serão R$136 bilhões para
financiamentos de inversões, custeio e comercialização. A expectativa é de que
R$115 bilhões sejam ofertados com juros máximos de 5,5%, estáveis em relação ao
exercício anterior. A maior parte dos recursos previstos vem das chamadas
exigibilidades bancárias. Isto é, os bancos são obrigados a direcionar 34% dos
depósitos à vista e 67% da poupança rural para o crédito agrícola. Outro
importante segmento de crédito para investimento vem do BNDES, no Programa de
Sustentação do Investimento (PSI), com juros subsidiados de 3,5% anuais. Para o
crédito cooperativo a taxa de juros será de 6,5% anuais. Em síntese, os juros
rurais se situarão em geral abaixo de 7% ao ano. O agronegócio suporta juros
reais, mas a pequena produção não vinculada ao agronegócio tem dificuldades de
honrar compromissos, todo ano, principalmente nas áreas sujeitas à seca ou a
excessos de chuvas. Dessa maneira, o Plano Safra para julho-2013 a junho-2014
agradou aos ruralistas, mas não trouxer medidas de impacto contra a inflação. Não
trouxe mudanças estruturais. Não trouxe planejamento estratégico. Portanto, os
preços agrícolas deverão continuar em alta, o que não é boa notícia.
Apesar das boas expectativas para
a produção de grãos brasileira nos próximos anos, não haverá condições de
tirá-los de cena inflacionária, em face da situação mundial de demanda, visto
que a oferta de alimentos tem crescido e ainda irá crescer aquém da demanda global.
Logo, o regulador desse hiato é a inflação. Quer dizer, não somente o governo
brasileiro, mas a economia mundial irá conviver, pelo menos, até 2020, com
pressões inflacionárias, advindas da área rural. Dados constam do seminário
“Agricultura como Instrumento de Desenvolvimento Econômico”, realizado em junho
passado, em São Paulo, no Fórum do Futuro, entidade ligada ao ex-ministro da
Agricultura Alysson Paulinelli.
Historicamente, continua forte o
agronegócio. Outrora, chamado de latifundiários ou coronéis ou oligarquia.
Prossegue conquistando espaços. No PAP atual houve aumento de 70% do seguro
agrícola, em relação ao PAP anterior. Mas, alegam que nem 40% da safra está
coberta, quando nos Estados Unidos alcança o seguro agrícola 86% da área
plantada.
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