04/07/2013 - PEMEDEBISMO
Para o filósofo Marcos Nobre,
professor da Universidade de Campinas e pesquisador do Centro Brasileiro de
Planejamento (CEBRAP), este, baseado na cidade de São Paulo desde 1967, ambas
as instituições muito respeitadas no pensamento filosófico, econômico, político,
cultural, dentre outros ramos, o sistema político brasileiro é denominado por
ele de “pemedebismo”, fácil de compreender pelas posições que o PMDB tem tomado
em sua história, originário de meados dos anos de 1980, em luta aberta contra a
ditadura e mediante a liderança pela instauração da Constituição de 1988, em
vigor. Quem protestava contra o sistema de alianças era o PT, depositário da
energia das transformações que a sociedade requeria. Isto, até assumir o poder
em 2003. Na verdade, a sociedade tem ainda severas requisições, conforme se viu
pelos protestos nas grandes capitais, agora em junho, coisa que somente se viu
em 1992, com o “fora Collor”. Nobre, ainda, reporta-se à consolidação do “pemedebismo”,
quando o ex-presidente Lula saiu em defesa do então eleito presidente do
Senado, José Sarney, dizendo não tratar-se de um cidadão comum. Dessa forma,
deixava Lula claro para a sociedade um pacto já feito, desde antes, com o atraso,
que era necessário para Lula, tendo em vista diminuir as desigualdades e para
definir a atual democracia.
Em entrevista ao jornal Valor
Econômico, de 18-06-2013, referido filósofo respondendo que marca o
“pemedebismo”, ele assim se refere: “Não tem um sistema organizado em oposição
e situação. É um sistema em que todo mundo está dentro do governo. E que
oposição e situação se organizam dentro do próprio governo. Um sistema em que
ninguém está fora dele. A oposição formal, ou virtual, a única coisa que faz é
esperar a economia dar errado para ver se o poder cai no colo dela. E não
aposta justamente nisso em que apostam os movimentos (do mês passado). Alckmin
está tão atônito quanto Haddad. Porque para eles a economia determina tudo”. Em
outro trecho: “Toda abertura inicial do governo Lula à participação, à
deliberação pouco a pouco foi se fechando, numa nova maneira tecnocrática de
gestão. Democracia que temos hoje não se restringe ao regime político.
Democracia não é regime político. É uma forma de vida”. Ora, o que o filósofo
não vai mais além é o propósito velado do PT de instalar o ‘sistema de votação
em lista’ ( projeto de lei se encontra no Congresso), para eternizar-se no
poder, visto que será o partido a escolher aqueles que serão os mandatários. Dessa
forma, as manifestações do mês passado refletiram reações ao consenso forjado
por Lula (e o PT, claro), desde que assumiram o governo federal.
Comentários
Postar um comentário