05/07/2013 - PAUTA DE 20 ANOS
A reforma política que ganha
forma tem vários anteprojetos em pauta há 20 anos. O presidente da Câmara de
Deputados criou um grupo de trabalho para fazer um anteprojeto único. Seis são
os principais pontos da citada pauta.
O primeiro é o mais polêmico: o
financiamento público das campanhas eleitorais. A ideia é de que haja verba
para os candidatos somente de pessoas físicas, impedindo doações de empresas
para campanhas. Ora, continuaria havendo dinheiro governamental para candidatos,
através dos partidos. Obviamente, recursos seriam mais carreados para os partidos
da situação. É um projeto ingênuo de que os políticos não usarão caixa dois. A
lógica é de não ter financiamento público de campanha nem de pessoas jurídicas,
nem do governo. Ademais, o candidato e as pessoas físicas deveriam comprovam
perante o imposto de renda. Isso seria regime democrático.
O segundo é o fim das coligações
proporcionais. Deputados e vereadores não poderiam se reunir em coligações.
Isso só seria permitido nas eleições majoritárias de prefeitos, governadores e
presidentes. O sentido é correto na maioria das democracias.
O terceiro é o voto em lista. Na
verdade, votações para deputados e vereadores também seriam em dois turnos. No
primeiro turno, eleitores escolheriam partidos. No segundo, os candidatos
dentro de uma lista apresentada pelo partido. Ora, isso é muito parecido com
“partido único”, de cunho stalinista.
O quarto é o voto distrital de
parlamentares. Os legisladores seriam eleitos por distritos, não por cidade ou
estado, como acontece hoje. O sentido é correto na maioria das democracias.
O quinto é de eleição única a
cada quatro anos. Ou seja, a escolha de todos os cargos, de vereador a
presidente, em um único ano, a cada quatro anos. Poderia gerar menos gastos
públicos, porém ofereceria risco à democracia. Claro, se fosse incluído a
proposta do presidente do STF, Joaquim Barbosa, de que poderia haver “recall”
do candidato, dado um número expressivo de manifestantes, isto seria evitado.
O sexto é de PEC Popular. Em
vigor, a PEC se torna lei a partir de iniciativa do executivo ou dos próprios
parlamentares. A proposição é de que a PEC venha também da população
organizada.
Comentários
Postar um comentário