29/03/2013 - PLANO CHIPRE
Nos últimos dias uma onda de
pânico tomou conta da Europa. Isto porque, para combater a crise econômica, o
governo do Chipre aprovou o confisco do dinheiro de correntistas dos dois
maiores bancos daquele país, fazendo lembrar o desastrado Plano Collor, de
1990, que provocou a maior recessão da história brasileira, tendo o PIB recuado
naquele ano aproximadamente 4,32%. O Plano Collor, de triste memória, foi ainda
aprofundado, em 1991, com o Plano Collor II, cujos 30 meses que durou o
pesadelo brasileiro, fez o PIB recuar quase 10%. Claro que no mundo houve
outros países que adotaram medidas radicais. Porém, o governo eleito pelas
urnas, depois de quase 30 anos, causou uma ferida no mundo capitalista, do que
não deve ser feito.
A ilha de Chipre é de apenas 9,5
mil quilômetros quadrados, menos da metade do menor Estado brasileiro, Sergipe.
Porém, está encravada no Mar Mediterrâneo, com intensas relações com a Europa e
Ásia, onde muitos países ainda não saíram da recessão. O receio mundial é de
que a falência do sistema financeiro daquele país se alastre pelas regiões
debilitadas, dificultando ainda mais a recuperação. A queda nas bolsas mundiais
e a desvalorização do euro frente ao dólar foram as repercussões imediatas. O
pacote poderá confiscar integralmente o dinheiro de quem tem mais de 100 mil
euros no Banco Popular e de até 40% dos recursos dos correntistas do Banco do
Chipre. Juntos, os saldos representaram 11,2 bilhões de euros.
Cinco pontos definem o pacote.
(1) Os depósitos acima de 100 mil no Banco Popular serão congelados e poderão
ser confiscados inteiramente. (2) O Banco Popular será fechado e os poupadores
serão transferidos para o Banco do Chipre. (3) A recapitalização do Banco do
Chipre será feita com recursos de depósitos não segurados taxados em até 40%.
(4) Os empréstimos da União Europeia, do Banco Central Europeu e do FMI
totalizarão 10 bilhões de euros. (5) O objetivo é evitar a falência do sistema
financeiro do Chipre, visto que os correntistas não poderão sacar mais de 300
euros por dia. Depois de manter as instituições fechadas por mais de 10 dias, o
governo anunciou a abertura parcial, com estrito controle de fluxo de capitais,
para evitar uma corrida bancária. A população revoltada tem chamado o
presidente do Banco Central de lá de “traidor”. O nome dele, por coincidência,
é Panicos Demetriades.
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