18/04/2013 - DESENCONTROS ADMINISTRATIVOS


O principal problema da gestão atual é de não ter continuado à política econômica, iniciada no segundo governo de FHC (1999), esposada plenamente por Lula, quando o País abandonou o controle da inflação prioritariamente via câmbio fixo, através de bandas cambiais, adotando, tanto FHC, como Lula, em primeiro lugar, o sistema de metas de inflação, que tem obtido muito mais acertos do que erros, em 13 anos de sua adoção. O controle inflacionário, na forma da doutrina do sistema de metas da inflação, ocorre via fundamentalmente nas alterações da taxa básica de juros da economia (a SELIC). O governo da presidente Dilma, mediante dois anos e três meses de administração, passou um ano e meio, de forma continua, reduzindo a taxa SELIC, em cinco pontos percentuais, trazendo a SELIC para o menor nível da história, em 7,25% anuais. Manter juros baixos é bom para a produção. Mas, a queda de juros, em tão curto prazo, foi excessiva. Por seu turno, as declarações da presidente de que os juros tinham que baixar, sistematicamente, deu a entender aos agentes econômicos que ela teria quebrada a “autonomia” do Banco Central, iniciada em 1999. A reação de referidos agentes foi de desconfiança e receio de maior intervenção da presidente Dilma, que é economista, como efetivamente ela vem fazendo, tendo criado cinco empresas estatais, beneficiado oligopólios, com financiamentos subsidiados do BNDES, fazendo incentivos fiscais para segmentos econômicos selecionados, discriminado, com essas duas formas, a desejada competitividade. Resultado: a inflação recrudesceu para 6,59%, ajudada também pela escassez provocada pela seca nordestina, de quase dois anos, que levou a inflação dos alimentos para mais de 10% anuais.
Em linha com a política econômica do tripé, desde 1994, de (1) superávit primário, para pagar a dívida pública e gerar confiança internacional: (2) de câmbio flutuante; (3) de metas da inflação. A equipe econômica também cometeu erro grave de maquiar as contas públicas, para manter o citado superávit primário. Por fim, o câmbio flutuante continua prejudicando sensivelmente a indústria de exportação e o agronegócio da área.
Quer dizer, a diferença entre Lula e Dilma está em que, o primeiro deu confiança à equipe econômica, gerando confiança empresarial, bem como Lula foi ortodoxo no combate à inflação. Isto é, colocou nas mãos de Henrique Meirelles a direção do Banco Central e não interferiu no que FHC deixou dando certo. A presidente Dilma, não, estando obtendo efeitos indesejados. Contudo, ambos prometeram e não foram capazes de realizar as reformas estruturais das quais o País tanto precisa, razão pela qual o Brasil não repete, por longo tempo, taxas de crescimento do PIB acima de 5% ao ano, coisa que tem sido pelos grandes emergentes, que fizeram as citadas reformas.

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