19/04/2013 - INTERRUPÇÃO DE BAIXA SELIC
Depois de dois dias de reuniões
da diretoria do Banco Central foi decidido a elevação da taxa básica de juros
da economia, a taxa SELIC, de 7,25% para 7,5%. O certo é que subiu de 7,25 para
7,50. É um erro pensar que a elevação foi de 0,25%. Ela foi de 3,45%. Portanto,
foi relativamente forte e não é desprezível. Assim, apenas a repercussão anual
na dívida pública de R$2,1 trilhões é de R$5,250 bilhões. Como de sempre,
quando há elevação da SELIC, as principais reações vêm do setor
secundário. A Confederação Nacional da
Indústria (CNI) lamentou anteontem que a referida decisão trará danos à
atividade produtiva. Dessa forma, segundo a CNI: “A indústria mostra desempenho
abaixo do esperado no início do ano, dando continuidade à situação negativa do
fim de 2012. A alta dos juros é extremamente prejudicial à indústria, setor de
maior capacidade de recuperação e de melhor contribuição para o crescimento da
economia”. O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
(FIESP), Paulo Skaf, considerou “equivocada” a decisão. “Da mesma forma quer o
aumento da inflação, o Brasil não precisa de aumento de juros, mas de aumento
de produção. A nova política econômica deve ousar no sentido de aumentar os
investimentos públicos, controlar os gastos de custeio, criar um ambiente
favorável ao investimento privado e, de forma corajosa, finalizar as reformas
que promovam a desindexação da economia”. Ele ainda cita que, nestes mais de
três meses, os gastos públicos cresceram mais de 20% do que o programado e o
investimento público recuou 1% no mesmo período.
O fato é que a sinalização mostra
que o Banco Central mudou de rota, visto que a inflação é o maior demônio
econômico já conhecido pelo País. A maioria dos analistas financeiros aguardava
uma alta de 0,5%. Entretanto, acreditam que o caminho foi acertado. No entanto,
também creem que há causas mais profundas da inflação acima da meta
inflacionária, tal como tem sido a seca prolongada, pelo segundo ano,
refletindo na grande alta dos alimentos, desde o ano passado, bem como mais
forte nestes três meses do início de ano. Por seu turno, irradiou-se na cesta
de alimentos maior, desde o ano passado, para um sem número de bens, que compõem
o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial.
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