04/04/2013 - CONTRASTE DA ECONOMIA
A teoria econômica é o sumário do instrumental analítico para diagnosticar e apontar caminhos. A política econômica é a opção do dirigente do sistema econômico. Exercê-la, de modo mais fácil, é agir no curto prazo. Exercê-la, de forma consistente, é fazendo o planejamento econômico, pela sua natureza, de longo prazo. Desde 1979 que se abandonou no Brasil o planejamento econômico, principalmente depois do segundo choque do petróleo, em 1979. O primeiro choque aconteceu em 1973. Portanto, há mais de 30 anos que a política econômica brasileira é feita através de pacotes, isto é, medidas econômicas de curto prazo. Começou ainda na ditadura militar, com Figueredo, que inaugurou o modelo, através de decretos-lei. A Constituição de 1988 introduziu as Medidas Provisórias. Somente a presidente Dilma, em cerca de 2 anos de governo editou mais de 20 pacotes. Todos eles para reativar o crescimento econômico a altas taxas. Porém, os fatos de curto prazo mudam da noite para o dia e pode até um fato ser o oposto do outro, até mesmo independentemente do partido político que o efetive.
Nesta semana, em quatro dias, o quadro econômico apresentou situações opostas, mostradas pela grande imprensa. A revista Isto é, por exemplo, que circulou a partir do fim de semana passada, mostrou, em artigo intitulado: “Ufa! desenroscou”, que “indicadores econômicos mostram que o País apresentará um crescimento vigoroso em 2013. Era tudo o que Dilma desejava e seus adversários mais temiam no ano pré-eleitoral”. Assim, refere-se às estimativas de um incremento do produto industrial de 2,5%, crescimento do PIB de 3,5%, inadimplência de 5,6%, desemprego de 5,4%, como indicadores muito positivos. Por outro lado, as organizações do jornal O Globo, por exemplo, nesta semana vem mostrado que o quadro é o inverso. A produção industrial de fevereiro teve queda de 2,5%, desfazendo a perspectiva que deu em janeiro ao crescer 2,6%. A expectativa para o incremento do PIB, para muitos analistas, é de que não alcance 3%, conforme desejo mínimo governamental. A geração de novos empregos tem sido muito aquém do desejado. Enfim, conforme artigo de Miriam Leitão, no jornal O Globo, de ontem, intitulado: “O ano ainda não esquentou”, apresenta “Os pontos chaves – (1) a queda forte da produção industrial em fevereiro é um mau sinal para as projeções do PIB de 2013; (2) várias sondagens de confiança mostram que este início de ano ainda não esquentou: (3) o aumento dos investimentos ficou muito concentrado em máquinas agrícolas e caminhões”, segundo a articulista.
Lá fora, na Europa, o desastre econômico na ilha de Chipre vem amedrontando aqueles que acreditavam na recuperação neste ano, bem como foi divulgado o desemprego recorde de 12%, em fevereiro, na Zona do Euro.
Os sinais, portanto, neste início de ano, ainda não são alvissareiros.
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