03/04/2013 - RECUA A INDÚSTRIA




No mês de fevereiro passado, a indústria recuou forte, no menor nível somente comparável ao verificado em dezembro de 2008, mês do meio da recessão brasileira de dois semestres. Naquela época, o governo federal dizia que o Brasil fora o último pasís a entrar em recessão e o primeiro a sair, cravando somente – 0,3% de decréscimo do PIB, em 2009. Em 2010, por força dos (1) estímulos fiscais daquele momento, (2) por poder ser reduzido ainda o desemprego e (3) pela capacidade produtiva ainda bem ociosa, o PIB cresceu 7,5%. No início do governo Dilma, em 2011, os três motivos praticamente deixaram de existir. Duas explicações existem para o ocorrido agora, em fevereiro. A primeira, a de que câmbio continua valorizado em mais de 30% sobre o dólar. A segunda, de que foram retirados parte da redução de impostos de automóveis, que vigoraram em 2012. As restantes reduções do IPI sobre veículos iriam ser retiradas agora em abril, até julho. Porém, ao perceber a retração da indústria, principalmente a automobilística, a equipe econômica anunciou a prorrogação dos estímulos fiscais do IPI até o fim do ano. Trata-se do 22º pacote de medidas econômicas pontuais que o atual governo realiza. Praticamente, uma por semana. O governo federal insistir em trabalhar com planejamento de curto prazo, desestabilizando segmentos empresariais, que ficam com o pé atrás, na observação de quando deverá voltar a fazer investimentos, sem o governo fazer o que é estável, o planejamento de longo prazo.

A par da instabilidade da política econômica existente, a inflação vem dando sinais de que continuará ascendente. A previsão conservadora do Banco Central é de que ficará em 5,5%, neste ano. Fontes menos conservadoras já a vêm acima do centro da meta mais o viés (6,5%). O próprio Banco Central já se refere a uma elevação da taxa básica de juros, para combatê-la. A PEC dos trabalhadores domésticos começa a vigorar a partir de hoje, o que encarece custos e tem repique inflacionário. A seca nordestina continua forte, o que representa elevação de preços de alimentos, além da elevação do gasto público em seu combate, crescendo ainda mais as despesas públicas com a criação do 39º ministério. Assim, a inflação está fugindo do controle, ainda mais com a hesitação das declarações de membros da equipe econômica e da presidente.

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