25/04/2013 - PRESSÃO DO TURISMO
Um país tão belo, grande e
diversificado deveria ter um balanço do turismo superavitário. Isto, em tese,
porque o Brasil sempre teve saldo negativo na referida conta. Como quase tudo
se explica pela história, o Brasil foi colonizado por europeus, basicamente
portugueses, que aqui vinham e voltavam. Vinham para explorar e voltavam com os
navios carregados de riquezas. Até aqueles residentes iam estudar no exterior. Naquela
época colonial, o balanço era primordialmente de comércio, diferença entre
exportações e importações. Sem dúvida, era nítida a riqueza extraída daqui. Por
incrível que pareça, os colonizadores muitas vezes tornavam tal balança
comercial negativa. Isto é, registravam as exportações baratas e as importações
caras. Ademais, para circularem os fluxos de bens no imenso território, a balança
de serviços era extremamente deficitária. Mediante esforço em muitas eras, até
hoje, os gestores daqui conseguiram, na maioria das vezes, resultados positivos
no comércio internacional. No entanto, sempre, sempre mesmo, a balança de
serviços foi deficitária. Isto é, fretes, seguros, turismo, cinema e pagamentos
dos juros da dívida, dentre outros serviços, saíram principalmente dela. Estava
caracterizada a “eterna” dependência aos países avançados, coisa que o Brasil
hoje tenta livrar-se, procurando tornar-se um país emergente e em busca da sua
sustentabilidade.
Fator que sempre fez diferença
contra o Brasil tem sido a manipulação da taxa cambial pelas autoridades
monetárias, ora para beneficiar exportações ou puni-las, o mesmo com as
importações. Já os serviços sempre foram prejudiciais ao País. Desde o Plano
Real, 1994, que o câmbio basicamente está valorizado e isto estimula por demais
o turismo.
A notícia de destaque de hoje é
que o Banco Central divulgou que os brasileiros tiveram gastos de US$6 bilhões
no exterior, no primeiro trimestre, tendo a favor os ingressos de turistas
gastando aqui US$1,92 bilhões. Arredondando para US$2 bilhões, mantida a
tendência, neste ano, o déficit na balança de serviços poderá ser de US$10
bilhões. Porém, tomando a balança dos serviços deficitários com o pequeno
superávit comercial, no primeiro trimestre, o saldo do balanço de transações
correntes (balança comercial menos balança de serviços) foi negativo em
US$6,873 bilhões. Arredondando para US$7 bilhões, a previsão seria de US$28
bilhões de um buraco nas contas nacionais. Este deverá ser coberto com reservas
e, ou, com ingresso de capitais externos. Quer dizer, o Brasil continua obtendo
maus resultados, conforme foi na maioria dos anos da sua história, nas relações
comerciais de bens e serviços nas trocas internacionais. Portanto, está aí a
“eterna” dependência econômica, pela qual o Brasil terá que também lutar para
tornar-se um país desenvolvido.
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