30/10/2012 - PARAISÓPOLIS
Com este nome, a maior
favela de São Paulo, de 43 mil habitantes, é a oitava maior do País, segundo o
IBGE, sendo ocupada ontem por 600 soldados da Polícia Militar (PM), em revide a
atentados contra eles sofridos. O governo estadual admitiu que vieram de
bandidos da comunidade as ordens de execução. Segundo o deputado major Olímpio,
o traficante Piauí informou aqueles que o prenderam que a ordem do Primeiro
Comando da Capital (PCC) é matar um policial por cada membro da sua organização
preso e executar dois policiais por cada membro morto do PCC. O objetivo da
ocupação é asfixiar o tráfico de drogas. A ação não tem prazo para acabar. A
guerra entre PCC e PM é apontada como a principal causa do aumento de homicídios,
no mês de setembro, quando cresceram 96% na capital, em relação ao mesmo mês de
2011. A citada favela é hoje uma espécie de esconderijo do PCC e de ladrões que
atuam no bairro do Morumbi, zona rica da cidade. O tribunal do crime realizou
julgamentos de, pelo menos, mortes de policiais. A violência pela violência em
São Paulo está indo na contramão do que ocorre no Rio de Janeiro. Para tentar
livrar usuários da droga, a prefeitura carioca decidiu internar
compulsoriamente viciados e promete dar tratamento adequado. Em São Paulo, a
ação na grande cracolândia, no início do ano, no centro da cidade, levou a que
os usuários de drogas se espalhassem em vários pontos da Capital,
proliferando-se em condições subumanas. Não houve nenhum tipo de plano de
assistência social. Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo atesta que o
Brasil é o maior consumidor de crack do mundo. Quer dizer, nas duas maiores
cidades brasileiras as atuações governamentais são opostas. Em São Paulo, a
atuação tem elevado o problema. No Rio de Janeiro o caminho é o da
ressocialização. É claro que se está precisando de uma ação de caráter
nacional.
No Rio de Janeiro, em
2011, houve 2.924 acolhimentos e 63 operações. Até outubro de 2012 foram
acolhidos 2.198 e realizadas 42 operações. Do geral, 87% são homens, 43,4% dos
dependentes químicos recolhidos usavam crack, 26% possuem idade entre 18 e 25
anos. A internação involuntária é indicada quando o paciente põe em risco a
própria vida e a de outros. No global, existe a expansão de leitos psiquiátricos,
investimento no atendimento direto na rua, cujo objetivo é convencer o viciado
a tratar-se.
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