03/10/2012 - PRODUTIVIDADE BAIXA




O conceito de produtividade é o de valor adicional que cada trabalhador agrega ao PIB de um país. Na tradicional comparação com os Estados Unidos, o trabalhador brasileiro gera perto de 22 mil dólares por ano de produto, enquanto o trabalhador americano agrega cerca de 100 mil dólares. Aproximadamente, cinco vezes mais. A explicação de que o Brasil está praticamente parado no tempo é dada pela deficiente educação. Na relação das 100 melhores universidades do mundo, quatro são americanas. Em primeiro lugar está Harvard; segue-lhe o MIT; depois Cambridge, do Reino Unido; em sequência Stanford e Berkeley. Enquanto, o trabalhador brasileiro tem em média 7,5 anos de estudo, o americano tem 12 anos. Em 2010, o Brasil registrou 22.681 pedidos de patentes. Os Estados Unidos, 490 mil pedidos, sendo o maior detentor de patentes do mundo. Em seguida, a China, 390 mil e o Japão, 345 mil.

Reiteradas vezes a revista Exame, como faz agora, no número datado de hoje, alude ao fato de que a produtividade brasileira é a mesma dos anos de 1970. Baseia-se principalmente em fonte oficial. Assim, para ela: “De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada a produtividade brasileira está estagnada há três décadas. Nos anos de 1980 ela encolheu 1,35% ao ano. Continuou a cair à média de quase 1% na década seguinte. Nos anos 2.000 avançou apenas 0,9% por ano, cifra insuficiente para zerar os tombos anteriores. O que está em jogo não é uma estatística  mirrada, como tantas outras do Brasil. Trata-se da capacidade de o País continuar crescendo com vigor. O crescimento da economia na última década ocorreu graças à incorporação de milhões de pessoas ao mercado de trabalho e à forte demanda internacional por nossos produtos. Tudo isso foi ótimo para o Brasil. Mas, dificilmente esses fenômenos se repetirão daqui por diante. Ou seja, a fase fácil do crescimento acabou. Agora o País vai precisar tirar mais de cada máquina e de cada trabalhador. Para reconquistar o brilho, precisamos já vencer a batalha da produtividade”.

Em outro exame, cita a revista a Consultoria BSG, que calculou a parcela do crescimento explicada pelo ganho de produtividade e do aumento do emprego no crescimento de seis países, incluindo o Brasil, relativos ao período de 2001 a 2011. O crescimento médio anual da China nesses doze anos foi de 10,6%, sendo 93% explicado pelo incremento na produtividade e 7% no aumento do emprego; na Índia, os mesmos indicadores, 7,8%, 82% e 18%; na Coréia do Sul, 4,2%, 72% e 28%; no México, 2,3%, 60% e 40%; na Rússia, 4,6%, 40% e 60%; no Chile, 4,1%, 30% e 70%; no Brasil, 3,7%, 26% e 74%; respectivamente. O Brasil, assim, na rabada. Em simulação, a BSG, ao decompor a taxa de crescimento do Brasil, de 3,7%, de 2001 a 2011, observa-se que 2,1% se deverão ao crescimento gerado pelo aumento da população ativa; 0,6% pelo aumento do emprego; 1% pela produtividade. A projeção da consultoria é que, o desemprego caiu de 12% para 6%, ficando provavelmente neste patamar. Para manter crescimento de 3,6%, por exemplo, a economia brasileira terá de dobrar a produtividade. Assim, 1,6% explicará pelo crescimento gerado pelo aumento da população ativa; zero será a redução no desemprego, o mais baixo nível da história; 2% pelo incremento da produtividade.

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