12/10/2012 - DÉCIMO CORTE
Pela décima vez, a cada
reunião de 45 dias, o Banco Central reduziu a taxa de juros básica da economia,
àquela taxa que serve de base ao pagamento dos juros dos títulos públicos
prefixados, chamada de taxa SELIC. A queda foi de 0,25%, deixando a SELIC agora
em 7,25% ao ano. Trata-se de recorde atrás de recorde de baixa, mudando o
perfil das aplicações financeiras, as quais já foram regidas até por 45%
anuais, há menos de 20 anos atrás. O Brasil está deixando de ser o reinado das maiores
taxas de juros reais do mundo, coisa que acontecia porque era difícil captar
dinheiro em país sem confiança nacional e internacional. A confiança nacional
se adquiriu porque o País deixou de fazer manipulações do dinheiro nos bancos,
desde que a economia se estabilizou, por graças do Plano Real, de 1994. A
confiança internacional se deu, a partir de maio de 2008, quando o Brasil
recebeu o grau de investimento. Isto é, o reconhecimento das agências de risco
de que a economia brasileira está sólida e não mais disposta a aventuras,
conforme fez no passado.
A teoria econômica
apregoa que uma menor taxa de juros estimula a produção e vice-versa. No
entanto, não é o que se verifica no Brasil. Dez quedas da taxa de juros, sendo
acompanhadas também pela redução do PIB, que caiu de 2,7%, em 2011, para
esperado 1,5%, em 2012. Portanto, os mais de 50 movimentos que a equipe
econômica tem dado na política econômica ortodoxa, capitaneados pela taxa
básica de juros, em baixa, não têm surtido os efeitos esperados, mostrando que são
urgentes as reformas econômicas estruturais. A economia brasileira não é
nenhuma ilha isolada. A crise mundial, que começou em 2008, está longe de
acabar. Não há quem vislumbre uma recuperação rápida para a economia mundial.
No limite, há chances de uma recessão global, caso a crise europeia se
intensifique ainda mais ou a dívida americana dispare. O caso brasileiro exige
outro tratamento.
Por que quatro mandatos
presidências, depois de 1994, nenhum teve a sensatez de fazer as reformas à semelhança
do feito em muitos outros países, a exemplo, do perto Peru¿ Sem dúvida, que
isto envolve o Congresso. Nele, existem 28 partidos políticos, em dois vértices
de comando. O PSDB e o PT. Ambos, em essência, conservadores, covardes, que, ao
assumirem o poder, fazem de quase tudo para dividir as benesses entre aliados e
ficarem o máximo de tempo na direção, mesmo que façam vista grossa para
ineficiência, desmandos, incompetência, burocracia, corrupção.
Os acontecimentos do
maior julgamento da história, o do mensalão, no Supremo Tribunal Federal (STF),
começado em agosto e com final previsto para este mês, irá condenar políticos
que usaram a corrupção para manter-se no poder. A impunidade, que sempre
existiu, receberá o maior golpe da história brasileira. As súmulas dos
julgamentos atingirão também de imediato, cerca de 30 parlamentares graúdos,
tipo Collor e Paulo Maluf, que poderão ir ao banco dos réus e sofrerem punição,
assim como poderá inibir os afoitos futuros.
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