05/10/2012 - INOVAR AUTO
Lançou ontem o governo
federal novo regime automotivo, para que a indústria automobilística tenha
metas de adoção de tecnologias de economia de consumo e de segurança. Na
verdade desde os anos de 1950, quando se implantou a referida indústria no
Brasil, as montadoras transferem as suas máquinas já depreciadas, em seus
países de origem, para a produção brasileira, além de muitas vezes na história
terem isenção parcial ou total de impostos de importação de maquinário. A essa prática
se chamada de ciclo do produto. Isto é, o bem criado, produzido e comercializado,
sendo o valor residual, transformado em lucro, já pago o investimento no centro
capitalista, obtido na periferia. Com isso, o carro brasileiro sempre esteve
atrás daqueles do centro capitalista. Por exemplo, até hoje não é obrigatório o
uso de air bag. O que é feito há muitos
anos nos países ricos. A intenção governamental agora declarada é que todos os
veículos o tenham até 2017. Esta é uma prova inconteste do atraso, o qual,
agregado a uma série de outras disfunções, como os elevados tributos, colocam o
automóvel nacional com o preço do dobro do internacional.
Para o presidente da
Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), Cledorvino
Belini, também presidente da Fiat, a maior produtora no País, o novo regime
produtivo coloca a indústria automobilística em novo ciclo de tecnologias,
sendo o maior desafio das montadoras alcançarem os níveis de eficiência
energética exigidos, qual seja o de reduzir em quatro anos, o consumo do
etanol, por quilômetro percorrido em 12%, assim como o de gasolina em 17%.
Aquelas montadoras que conseguirem isso terão redução de até 4% do IPI. Aquelas
que não conseguirem, poderão ter elevação de 30% do IPI atual. Além do mais, 2%
do IPI em vigor serão cortados, quando as montadoras investirem mais de 0,5% do
faturamento bruto em pesquisa e inovação tecnológica. Na concepção de Belini:
“Hoje somos o quarto maior mercado do mundo. Somos o sétimo produtor. À medida
que tivermos esse desenvolvimento tecnológico, teremos uma maior produção
local. Teremos condições de escala e competitividade”. Referida Associação quer
principalmente é vender mais, balizando chegar a ser o 4º produtor mundial, de
acordo com o consumo nacional.
O governo federal sabe
quanto é importante a indústria automobilística no desenvolvimento, através da
forte geração de empregos e tributos. No entanto, a mobilidade urbana
brasileira está literalmente engarrafada. As cidades brasileiras não fazem
investimentos devidos em infraestrutura, tornando insuportável passar muitos
momentos nos trânsitos das grandes cidades. A situação é explosiva e é cotidiana.
Comentários
Postar um comentário