09/10/2012 - QUADRO DE ESTAGNAÇÃO




Os órgãos federais já admitiram que neste ano a economia brasileira não crescerá mais do que 1,5%, taxa bem próxima daquela do crescimento da população nacional, o maior atestado é dado pelo boletim semanal FOCUS, do Banco Central, que começou, desde o início do ano, a descer, semana a semana, a previsão de incremento do PIB, de 4% para os atuais 1,5%. Isto é, de razoável a bom desempenho para desempenho medíocre. Ontem foi a vez do Fundo Monetário Internacional (FMI), que faz previsões trimestrais, reduzindo a previsão de crescimento mundial neste ano, para 3%, colocando a sua estimativa para o Brasil nos citados 1,5%. Para a explicação mundial, o FMI se refere ao aprofundamento da crise econômica global, iniciada em 2008, principalmente na Europa, onde o desemprego médio de todo continente europeu está em 11,4%, em desespero de mais de dois anos. Claro, a crise mundial inclui o Brasil. Porém, é preciso explicar mais. Por que também o Brasil é de todos os BRICS, os grandes emergentes, Brasil, Rússia, China, Índia, África do Sul, o que tem o menor crescimento, a metade do que está sendo previsto para a média mundial e muito menos para a média do grupo que faz parte.

Além do mais, o governo federal vem afirmando que, neste segundo semestre, a economia brasileira já se recuperou, indo crescer, em 2013, entre 4% a 4,5%. Porém, as informações que circulam na grande imprensa, como a da coluna de Cláudia Safatle, do jornal Valor Econômico, do dia 07 passado, intitulada: “Surgem dúvidas sobre crescimento de 2013”. Argumenta ela que “As informações que chegam ao Palácio do Planalto são de que as empresas privadas não se mostram muito empenhadas em aumentar os seus investimentos, pelo menos não na velocidade que o governo demandaria. Mesmo com todas as medidas já anunciadas de desoneração de impostos, redução das tarifas de energia e de retomada das concessões de serviço público pelo setor privado, as decisões empresariais não seriam imediatas a ponto de alterar substancialmente a taxa de investimento do ano que vem”. Em conclusão, a economia continuará voando baixo.

Ademais, a situação de melhoria no mundo desenvolvido não está posta como espera o governo. Portanto, o diagnóstico da equipe econômica continua errado, em querer estimular, o consumo, o crédito e esperar por melhorias da economia internacional. O caminho é o de promover as reformas estruturais. Um dos exemplos, já citado aqui é de seguir a evolução da economia peruana, que cresce de forma sustentada acima de 6% ao ano.



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