11/10/2012 - INVESTIMENTOS BRUTOS
A taxa de Investimento
Bruto (IB) sobre o Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil está por volta de 18%
do PIB, sendo o investimento privado 16% e o investimento público 2%. Destes
18%, a maior parte é para reposição do capital, a depreciação. Ademais, o
investimento novo demora a trazer
resultados. John Maynard Keynes, em seu clássico livro “Teoria Geral, do
Emprego dos Juros e da Moeda” traduz que o investimento privado provoca o
‘efeito multiplicador’ da produção na economia, enquanto o investimento privado
provoca o ‘efeito acelerador’ na produção da economia. A multiplicação em
referência vem de inversões em infraestrutura, ao passo que a multiplicação
produtiva advém de inversões na estrutura econômica. Acima da estrutura e da
conjuntura está a superestrutura, formada pelas instituições de um país. Se a
superestrutura é ágil, fácil de trabalhar, sem muitas amarras, o país cresce
mais e tem crescimento sustentável. A melhor superestrutura de um mais se deve
à elevada educação, à inovação, à pesquisa, traduzindo em mais investimentos e
progresso contínuo.
No Brasil, o
investimento público deste ano é estimado em R$86,8 bilhões, menos da metade do
que deveria, visto que o Brasil estancou em seu processo de crescimento há dois
anos, período que a média de elevação do PIB voltou à casa de 2%. Claro, para
dobrar referido percentual, o investimento público deveria ser de 4% do PIB, à
semelhança do que foi nos anos de 1970, quando, com cerca de 4% de inversões
governamentais, a taxa de investimento público chegou à incentivar o
investimento privado, que cresceu mais do que proporcionalmente ao público,
fazendo o investimento bruto alcançar até 25%. Naquela época, o PIB cresceu em
longo período na faixa de 6% a 7%. Olhando este século, deixando a China de
lado, de crescimento muito acima da média dos emergentes, faixa esta de muitos
países que se tornaram fortes emergentes.
Os atuais dirigentes
sabem disso, mas não quer reduzir os gastos públicos, em favor dos
investimentos. Ou melhor, promover a desburocratização, reduzir o custo Brasil,
agilizar os processos, incrementar a educação, pesquisas, inovações, redução de
impostos, metas, enfim, globais e de longo prazo. Pelo contrário, os gastos da
máquina estatal crescem há décadas a taxas maiores do que o incremento do PIB.
Inúmeros são os motivos, sendo o principal à manutenção da estrutura de poder.
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