16/10/2012 - LATERNA MUNDIAL
Em entrevista à revista
Isto é, desta semana, Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-ministro do governo
FHC, defende a política econômica da presidente Dilma e projeta retomada do
crescimento para o ano que vem, por volta do PIB potencial de 3,5% anuais. As chaves
para voltar a crescer é o atual governo insistir nas concessões no setor de
infraestrutura, na redução dos custos de produção da indústria e nas medidas de
desoneração anunciadas. Quer dizer, tucanos e petistas permanecem ortodoxos e o
Brasil caminha aquém do que deve para ingressar no chamado bônus demográfico.
Sem reformas
estruturais o Brasil permanecerá na lanterna dos países do seu grupo. A prova
evidente é o comportamento da Bolsa de Valores. Enquanto as ações mais
negociadas das nações do G-7, Estados Unidos, Japão, Reino Unido, França,
Canadá, Alemanha, Itália, subiram 7,2%, de 2009 para cá, perto de quatro anos,
as ações mais negociadas do grupo BRIC, Brasil, Rússia, Índia, China, recuaram
em média 2,2%. Por seu turno, a taxa média de crescimento brasileiro dentro do
seu grupo é a metade da média dos referidos grandes emergentes. Sem dúvida, a
principal explicação reside na baixa taxa de poupança da economia brasileira,
por volta de 18% sobre o PIB, enquanto a China tem a mesma taxa próxima de 50%,
a Rússia e a Índia acima de 20%. A questão de elevar a taxa de poupança
nacional passa pela educação financeira da maioria da população, consumista por
excelência, além de ainda o Brasil ser um dos 10 países de maior concentração
de renda mundial, carga tributária sufocante, por volta de 36% do PIB, uma das
maiores do mundo. Ora, se o governo retira mais de um terço dos recursos, os
quais vão para pagar juros da dívida, gastos excessivos de custeio e baixo
investimento público, não alcançando 3% do composto 18% referido, fica muito
difícil crescer acima de 4%. Nos dois mandatos de Lula, a taxa média anual foi
de 4%, mas em período de grande crescimento da economia mundial. A China, por
exemplo, cresceu acima de 10% anuais naqueles momentos. Desde a estabilização
da economia, a partir de 1994, o Banco Central tem calculado o ‘produto
potencial’ da economia nacional, encontrando 3,5%, cujo excedente de tal valor gera inflação mais
rápida. É bem verdade que nos dois mandatos de FHC o PIB nacional cresceu em
média anual de 2,3%, bem aquém do PIB potencial. Passando por 4% dos dois
mandatos de Lula, o PIB recuou com a presidente Dilma, cravando, em 2011, 2,7%,
sendo esperado 1,5% para este ano. A média de Dilma está em 2,1%, inferior a de
FHC. Todo o período do PT, de aproximadamente 10 anos, tem média anual de 2,7%.
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