24/10/2012 - COMPETITIVIDADE PIORA



Divulgado hoje pelo Banco Mundial a classificação anual do Ambiente Geral de Negócios. O Brasil só tem piorado no referido índice. Caiu de 126º para 130º, dentre menos de 190 países examinados. Realmente, fica difícil retomar o crescimento sustentável. Visando segurar a inflação, já são dez anos em que o câmbio está muito apreciado, o que tem prejudicado sobremodo as exportações, ao tempo em que tem provocado desindustrialização em certos segmentos industriais, tais como brinquedos, calçados, têxteis, dentre outros. Enquanto os preços das commodities estavam em elevação, as exportações delas pelo País provocaram saldo da balança comercial positivo. Na medida em que os preços das commodities retornaram a cair, referido saldo foi diminuído. Como a balança de serviços secularmente é negativa, o saldo do balanço de transações correntes tem crescido. Não fosse o grande ingresso líquido de capitais, que reforçam as reservas internacionais, o Brasil estaria em fortes apuros. Citadas reservas permitem um colchão de divisas de mais de US$360 bilhões.
A inflação recrudesceu em um ano, estando projetada para fechar 2012 em 5,4%. O Banco Central vem a público dizer que a alta de alimentos já dá sinais de esgotamento. Segundo declarações de ontem do seu presidente, Alexandre Tombini, nas prévias de pesquisas: “A redução dos preços agrícolas já aponta moderação dos preços ao consumidor”. 

O mandato na quase metade da presidente Dilma segue a ortodoxia desde 1994, a edição do Plano Real. Os seus maiores críticos se referem ao fato de que a tríade das políticas ortodoxas está fracassando. A política monetária não consegue trazer a inflação para o centro da meta de 4,5%. Por seu turno, a política fiscal afrouxou o superávit primário, que saiu da casa de 3% do PIB para a casa de 2%. Quanto à política cambial nada se referem. Parecem que se contentam com um câmbio apreciado, na casa de R$2,00.

O quadro econômico brasileiro é de estabilidade. Porém, o humor dos investidores não melhorou e a economia está praticamente estagnada. Portanto, isto é percebido internacionalmente e a classificação em competitividade continua caindo.

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