28/10/2012 - COPA DO MUNDO


O investimento previsto há dois anos, para os 12 estádios que sediarão os jogos da Copa das Confederações, em 2013, e a Copa do Mundo, em 2014, orçado em R$3,5 bilhões, hoje, com mais de 60% das obras realizadas já alcança o dobro do previsto. Das 12 arenas para os jogos, sete já prorrogaram a data da inauguração, mas o risco de um estádio não estar pronto não é relevante. Entretanto, restam muitas dúvidas sobre o futuro dos referidos estádios. Apenas sete delas foram concebidas pensando em sua viabilidade econômica. Quatro delas serão no modelo de parceria público-privada: Mineirão; Fonte Nova, Arena Pernambuco, Castelão; três são privados: Beira-Rio, Arena da Baixada, Arena Corinthians; cinco são estaduais: Maracanã, Mané Garrincha, Arena da Amazônia, Arena Pantanal, arena das Dunas. A exceção do Maracanã, cujo Estado tem quatro grandes clubes, todos na elite do futebol nacional, os outros quatro não tem times expressivos, na série B, C ou em nenhuma delas, e não se viabilizarão economicamente, na forma idealizada.

Os gestores dos estádios terão de ser criativos para fazer com que o dinheiro dos investimentos da Copa retornem no prazo de 20 anos, para que consigam amortizá-los. Esta foi a média usada para calcular a viabilidade da concessão de rodovias. A parcela mínima para pagar a reforma ou a construção de estádios varia de R$12 milhões a R$43 milhões por ano.

O ciclo de palestras, em São Paulo, Play The Games, divulgado hoje pela imprensa, traz uma avaliação do secretário geral da Copa, Luis Fernandes, de que a mesma incrementará 0,4% do PIB anual do Brasil, entre 2014 a 2019. A geração direta de investimentos mais as despesas dos turistas, bem como de forma indireta, pela circulação de dinheiro ou o uso dos estádios depois da Copa. Calcula ele que se deslocarão por conta própria, 3 milhões de brasileiros e 600 mil turistas, durante o campeonato mundial.

A sorte está lançada. Porém, voltam a serem questionados os negócios futebolísticos em análise de custo-benefício com outros investimentos em educação, saúde, saneamento, infraestrutura, em geral. Além do mais, custar o dobro (R$7 bilhões) do projetado inicialmente denota, no mínimo, projetos incompetentes, para não citar os desvios de recursos em obras públicas, constatados por investigações do TCU e CGU.

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