29/01/2012 - VISÃO MUNDIAL PARA AGRILCULTURA


Mais de 30 anos se reúnem os ricos em Davos, na Suíça, tendo em vista discutir os problemas mundiais. Até poucos anos atrás nessa reunião eles puxavam as orelhas dos dirigentes dos demais países que não fossem do seu seleto grupo. Mostravam o alto endividamento que tinham os subdesenvolvidos, elevada inflação, governos instáveis, promessas não cumpridas. Porém, nos últimos cinco anos, a discussão gira em torno de como sair da grande depressão, a maior desde 1929. Neste final de janeiro os debates estão na incrível situação dos países europeus, endividados e em recessão, sem grandes perspectivas de soluções em curto prazo.

Na medida em que a população mundial alcançou 7 bilhões de pessoas, com amplas possibilidades de crescer muito ainda, neste ano, finalmente a agricultura ganhou uma equipe de estudos, para construir o documento “uma nova visão para a agricultura”. Saiu então o “compromisso 20/20/20”. Isto é, proposta de a cada década o mundo aumentar em 20% a produção agrícola; reduzir a emissão de gases do efeito estufa em 20%; diminuir a pobreza rural em 20%. Novas tecnologias, minimizando desperdícios; qualificação de hábitos alimentares; redução dos impactos ambientais; gestão de bacias hidrográficas; seqüestro de carbono; preservação da biodiversidade; elevação da renda dos mais pobres; investimentos em inovação, logística e infra-estrutura.

Muito embora o Brasil seja reconhecido como país de grande potencial, os capitais estrangeiros estão de olhos mais postos na África onde, somente na África Susaariana existem 200 milhões de hectares que poderiam ser cultivados. Acontece que muita coisa precisa ser feita lá, desde as condições institucionais da propriedade da terra até as inovações. No Brasil, onde 70 milhões de hectares estão sendo cultivados, mais 100 milhões poderiam ser agregados. Porém, os estrangeiros acreditam que existem maiores restrições aqui do que lá. Lá eles estão chamando o capital estrangeiro sem restrições, oferecendo altos lucros.

Não é para o Brasil se abrir tanto assim. Entretanto, o País poderia ter uma estratégia para o capital estrangeiro, à semelhança do que faz a Rússia, a Ucrânia e demais países da Europa Central. Aqui se poderia ter um dos maiores celeiros mundiais.

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