10/01/2011 - PIB, IDH, CIÊNCIA


O governo federal tem festejado a classificação de órgãos internacionais de que o PIB brasileiro ultrapassou o PIB inglês, pela primeira vez na frente de um país europeu desenvolvido, ficando em sexto lugar. Assim, as dez maiores economias são: (em bilhões de dólares) Estados Unidos, 15; China, 7; Japão, 5,9; Alemanha, 3,6; França, 2,8; Brasil, 2,52; Reino Unido, 2,48; Itália, 2,25; Rússia, 1,88; Índia, 1,84. É claro, que referido lugar se deve também ao poder de compra, este calculado em dólares cambiados pela moeda de cada país.

Quando se toma o PIB per capita, isto é, a renda média anual do cidadão. Os dez primeiros são (em dólares): Noruega, 84.290; Luxemburgo, 77.10; Suíça, 71.530; Dinamarca, 59.050; Suécia, 50.110; Holanda, 49.050; Finlândia, 47.720; Estados Unidos, 47.390; Áustria, 47.060; Bélgica, 45.910. O Brasil está em 47º lugar.

Quando se toma o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), calculado pela ONU há mais de três décadas. Os dez primeiros são: Noruega, Austrália, Holanda, Estados Unidos, Nova Zelândia, Canadá, Irlanda, Liechtenstein, Alemanha, Suécia. O Brasil está em 84º lugar.

Quando se toma a classificação de artigos científicos. Os dez primeiros são: Estados Unidos, China, Alemanha, Japão, Reino Unido, França, Canadá, Itália, Espanha, Índia. O Brasil se encontra em 13º lugar.

No que se refere às projeções, o otimismo chega a ser irracional, quando o Ministro da Fazenda, Guido Mantega afirma que o Brasil poderá daqui a 20 anos ter um padrão de vida do europeu. Ora, o Brasil está empatando praticamente com o PIB do Reino Unido, mas o inglês tem uma renda per capita três vezes maior do que a do brasileiro. Para ter uma renda elevada a padrões tais como Portugal ou Coréia do Sul, o País precisa dobrar a renda per capita. Por seu turno, os países desenvolvidos estarão crescendo e será maior ainda o esforço para alcançá-los. Enfim, para que o Brasil atingisse o nível europeu seria necessário que o PIB crescesse, por duas décadas, acima de 8% ao ano, o que está fora de cogitações, desde a primeira crise do petróleo (1973), praticamente chegando a 40 anos de impossibilidades. Nem mesmo a melhoria recente, a partir de 2003, fez o PIB saltar de 4% ao ano. Pelo contrário, neste ano, recuou para 2,9% e, para o próximo ano, a melhor projeção é de 3,5%. Seriam necessárias muitas reformas para que o Brasil crescesse como almeja, mas os governos desde o Plano Real (1994), que estabilizou a economia, não alcançou ainda o ansiado ciclo virtuoso.

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