23/01/2012 - PLANO DE NEGÓCIOS


Na área conhecida como Sistema de Planejamento existem vários termos que se tornam modismo de tempo em tempo. Quando foi concretizada a Revolução Russa, em 1914, criou-se a planificação econômica, com a feitura de planos econômicos de dez anos. A consecução das metas dos governos autoritários da União Soviética, principalmente nas áreas de energias, elétrica, hidráulica, petróleo, fizeram com que o capitalismo respondesse com o planejamento econômico. Isto é, cada governo teria um plano, geralmente de 4 anos. Afora o tempo de cada experiência, na União Soviética o plano seria dirigido e centralizado pelo governo federal, visando necessidades básicas e inquestionáveis. Nos países capitalistas, o plano seria incentivado e descentralizado pelo governo federal, visando necessidades requeridas pelos mercados. Isto é, consumiria quem possuísse renda para pagar. Após o fim da segunda guerra mundial, em 1945, a ONU incentivou o planejamento em todo o mundo, relativo a cada governo. Criou para continente Sul Americano a Comissão Econômica para a América Latina e Região do Caribe (CEPAL), a qual inventou mais um termo, a programação econômica, que seria setorial e regional. Na verdade, planificação, planejamento, programação se tornaram palavras sinônimas. Como frutos das ações delas surgiram planos, programas e projetos. Estes eram planos de governo, em diferentes níveis e regiões. A ação governamental passou a exigir que o financiamento empresarial de longo prazo passasse a ser também das empresas, na elaboração do projeto competente.

O problema central foi de que o plano, o programa ou o projeto era muito profundo. Visando torná-lo de menor prazo, por exemplo, máximo de 5 anos, criou-se o plano de negócios para as empresas. Agora, no segundo ano de governo, a presidente Dilma vem se reunindo com os ministros, divulgando que está consolidando um plano de negócios 2012 para o País. O que está por trás de tudo é que, nas etapas do plano, elaboração, análise e posterior avaliação, o processo se estancava nesta última, visto que “ninguém” queria ser criticado e sim elogiado. Dessa maneira, o plano de negócios é mais breve e superficial.

Em frente às dificuldades mundiais, na Europa e na redução do crescimento chinês, a ONU projeta para o Brasil neste ano um crescimento de 2,7% do PIB. A equipe econômica recuou de 4,5% para 4%. Para isto, pretende fazer um plano de negócios 2012 que corte R$60 bilhões de gastos públicos, aumente os investimentos nacionais, amplie o papel dos bancos oficiais em financiar o longo prazo, principalmente com o BNDES, estimule o crédito pessoal, promova estímulos tributários para indústrias em dificuldades. O correto seria fazer um plano econômico para todos os seus mais três anos de governo. No entanto, este em tela será anual e ainda não está pronto.

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