22/01/2012 - GANHO DO GRANDE CAPITAL


A lei maior do capitalismo é a de que o capital vai para onde é maior a taxa de lucro. No caso brasileiro são por demais conhecidas as regiões onde existem as maiores riquezas, com certeza concentradas historicamente na cidade do Rio de Janeiro, na cidade de São Paulo, no Estado do Rio de Janeiro, no Estado de São Paulo, enfim, na região Sudeste onde são as áreas em que, em tese, apresentam as maiores rentabilidades do País, devido também a duas outras leis gerais do capitalismo: a concentração e a centralização dos capitais. Por que é assim? Por que nessas regiões existem condições objetivas da organização econômica. Todavia, existem muitas outras áreas geográficas que conseguem também oferecer elevadas taxas de lucro e atrair forte progresso, as quais são em busca das grandes corporações, que costumam fazer integração econômica horizontal e vertical.

Nas demais regiões brasileiras as condições são as mais diferentes possíveis. O que fazem os seus governantes? Fazem a chamada guerra dos incentivos. Vale dizer incentivos fiscais, materiais e financeiros. Os incentivos fiscais vão das reduções parciais a totais de tributos estaduais, municipais e até federais. Os incentivos materiais vão da venda a preço simbólico, ou doação de terreno, ou de fazer a construção, ou de fazer a infra-estrutura. Os incentivos financeiros são a disponibilidade de créditos subsidiados.

Um exemplo bem simplificado será feito com a nova fábrica da Nestlé de Pernambuco, conforme relato da revista Exame, no. 1007, datada de 28-12-2011, a seguir: “A multinacional suíça Nestlé maior fabricante de alimentos do mundo, vai investir cerca de 300 milhões de reais na construção de uma fábrica no agreste de Pernambuco. Será a maior unidade da empresa no Nordeste brasileiro e deverá produzir biscoitos doces e salgados. O investimento está em fase final de aprovação na matriz, na Suíça e deverá ser anunciada em breve. A Nestlé receberá incentivos fiscais do governo pernambucano, como a isenção de 95% do ICMS durante 12 anos e não pagará pelo terreno onde a nova fábrica será instalada. A empresa estuda algumas áreas em municípios próximos a Caruaru, no interior do Estado, e deverá iniciar as obras no primeiro semestre de 2012”.

Que beleza de negócio. Somente com o ganho de 95% do ICMS a taxa de lucro será de 16,5%. Mais terreno, mão de obra barata, financiamentos subsidiados, estabilidade política, dentre outras vantagens, não há grande multinacional que resista. A regra é bem clara. Em qualquer atividade econômica existe um consenso nas instituições financeiras mundiais se acima de 10% for a taxa de lucro é ótimo negócio. No caso acima simplificado, excelente.

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