18/01/2012 - REDUÇÃO DE JUROS PELO COPOM


Sem surpresas, na reunião terminada hoje, pelo Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central (BC), a primeira do ano, reduziu-se em 0,5% a taxa básica de juros da economia, chamada de SELIC. O que se entendeu dos votos do Comitê, provavelmente a SELIC ficará em 10,5%. Tratou-se da quarta queda consecutiva de referida taxa, desde agosto de 2011. O ajuste moderado é, segundo o COPOM, consistente com o cenário de convergência da inflação para a meta de 2012. Especula-se até que, na reunião de março, o COPOM poderá elevar em até 0,5% a SELIC, visto que os números prévios do BC sobre nível de atividade estão em ascensão. Quer dizer, o COPOM acredita que a taxa ficará entre 10% a 11% neste ano.

O sistema financeiro crê que o BC ficará na política econômica conhecida como stop and go. Isto é, movimentos de uma gangorra. No caso da inflação ceder, a taxa poderá fechar o ano em 9,5%. Se cair pouco, ficará por volta de !0% anuais. O governo da presidente Dilma recebeu a SELIC em 10,75%, elevou-a cinco vezes, para 11,25%, 11,75%, 12%, 12,25%, 12,75%. Mas, em quatro reuniões já a trouxe para 10,5%. Entretanto, a elevação do salário mínimo em janeiro, em 14,1%, trouxe forte repercussão nos preços principalmente de alimentos. Por seu turno, a crise mundial não cede na Europa, estando o crescimento brasileiro sendo sustentado pelo crédito e consumo interno. Quer dizer, as idas e vindas referidas não permitem baixar a SELIC para níveis de um dígito.

A taxa real de juros do País continua como a mais alta do mundo entre as economias mais relevantes do planeta. A posição é nada defensável em 4,8% reais, acima dos 2,8% da Hungria, segunda colocada. Em 2009 e 2010 as taxas da SELIC também caíram, mas tiveram de voltar a subir. De certo mesmo, para que a SELIC ficasse em um dígito seria preciso estimular-se a poupança das famílias, com vistas ao aumento do investimento global. No entanto, o que acontece é o contrário, o estímulo do governo é para aumento do consumo, como defesa da crise de cinco anos, em dois mergulhos instáveis.

Como sempre o sistema financeiro está confortável e com maior lucro possível, enquanto o setor produtivo reclama pelas seus órgãos de classe. Mas, no geral, a taxa alta é mais prejudicial e não condiz com a aspiração de ser país desenvolvido.

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