26/01/2012 - BALANÇO DA GRANDE RECESSÃO


Muitos economistas aproveitam o início do ano para fazer um balanço de um qüinqüênio da recessão mundial, em que se observaram dois mergulhos. O primeiro, em 2007/2009. Uma breve recuperação em 2009/2010. O segundo, em 2010/2011. Acredita-se em recuperação a partir de 2012. A economia é cíclica. Portanto, não é obedecido o calendário gregoriano. Porém, desde 1930 não se tinha observado dois mergulhos tão fortes em cinco anos. Nesse período o Brasil avançou, mas avançou muito pouco, até porque não promoveu as reformas educacional, tributária, administrativa, trabalhista, penal, além de muitas outras, tampouco protegeu sua indústria, como fazem os outros países.

O artigo de Paulo Rabello de Castro, Chairman da SR Rating e presidente do Conselho Estratégico da Fecomércio, de São Paulo, ele que é doutor em economia pela Universidade de Chicago, em palavras escolhidas a seguir, sintetiza bem a colocação modesta do Brasil no cenário internacional. “O resumo da “Grande Recessão”, ao final deste ano, será o seguinte: em números redondos, a China terá avançado 60%, enquanto o conjunto da Ásia e Índia, cerca de 50%; os países de alta renda apenas 3%, ou seja, a recessão foi para os ricos! Mas, e o Brasil e a América Latina? Estes ficarão a menos do meio caminho entre o extraordinário avanço dos asiáticos a formidável recessão dos países ricos. O crescimento acumulado do Brasil no qüinqüênio não ultrapassará de 20%, se tanto, só um terço do avanço chinês e apenas em linha com a média mundial. A América Latina, idem. Não devemos morrer de amores por este resultado. O Brasil perde muito, em termos relativos, ganhando espaço, exclusivamente, sobre quem está em crise aguda ou esgotado. O show continua sendo comandado de fora do Brasil e da nossa região. Tivemos muita sorte com o episódio das commodities em alta, mas fizemos e fazemos vista grossa para os ganhos potenciais de produtividade alcançáveis caso fosse implantado no País um modelo econômico de fato nacional que capitalizasse a base da sociedade brasileira. Por enquanto, só estamos endividando, e muito rápido, a base da nossa população. Não é o que deveria nos interessar em longo prazo”.

O autor tem razão. O Brasil continua tímido, muito embora o governo federal arrote fortaleza, que só se explica porque os ricos estão em recessão. Se não fizer um planejamento de longo prazo, poderá continuar patinando na onda de mais de trinta anos. Ou não passou?

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