01/09/2011 - OLIMPÍADA DA MATEMÁTICA
O Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada organizou a última Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas, reunindo 19 milhões de alunos em todo o País. A média deste último exame aplicado pelo Ministério da Educação, numa escala de zero a dez, foi de 2,7. Uma forma de considerar tão ruim desempenho em termos práticos é ver que os chineses solicitaram o registro de mais de 12.000 patentes em 2010, 25 vezes o número das solicitações de brasileiros. Quer dizer, o quadro de inovações que realiza o Brasil é muito baixo, o que prejudica enormemente o progresso.
Conforme o filósofo, historiador e matemático Bertrand Russel: “Bons matemáticos são aqueles que enxergam na sua área não apenas verdade, mas alguma beleza, a beleza fria e austera como a da escultura”, citado pela revista Veja, de 24-08-2011, quando aborda os professores que se destacaram na citada última olimpíada, como sendo um grupo de mestres que conseguiram a façanha de formar jovens campeões de matemática em cidades cheias de adversidades e com os piores indicadores de educação brasileira. O êxito decorre da combinação de esforço com meritocracia. Sem dúvida, a raiz do péssimo desempenho do estudante brasileiro está no despreparado professor, que, além de não saber ensinar bem, ainda não tem a motivação de provocar no aluno o interesse para a escultura da matemática.
A fórmula aplicada pelos destacados professores compreende o somatório de fazer exercícios à exaustão, mais densidade, mais incentivos aos mais talentosos, mais a competição que faz bem, menos a figura do decoreba. Inúmeros exercícios são comparados como a dirigir um carro, quanto maior o treino, mais automático fica o processo. Ampla densidade é levantar diversos problemas de um mesmo assunto, para sedimentar conceitos. Incentivos aos mais talentosos são por demais óbvios. Competição é o motor que enriquece. Decoreba não tem vez, se a matemática for ensinada com exemplos práticos que a tornem atraente. Enfim, é preciso que, primeiro, o professor goste do que faz; segundo, que o aluno se encante.
A propósito, a taxa básica de juros caiu ontem de 12,5% para 12%, em edição inédita do COPOM, em pleno governo de Dilma. O estudante apressado diria que ela caiu 0,5%. O estudante que não decora, sabe que ela se reduziu de 4%. A diferença é espantosa e envolve muito dinheiro. Portanto, matemática é bom senso e inteligência.
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