19/09/2011 - DRAMA DO ETANOL
O primeiro engenho de açúcar brasileiro foi instalado em São Vicente, São Paulo, em 1532. Naquela época, o açúcar se expandiu em direção ao Nordeste, onde no século seguinte conheceu o período áureo, com os holandeses produzindo cana de açúcar em Pernambuco (1630-1660). A retirada deles para as Antilhas, por questões mercadológicas, em decorrência de ser mais perto dos mercados consumidores, Europa e os Estados Unidos. Em conseqüência, iniciou-se longo ciclo de decadência produtiva brasileira por três séculos. Na segunda metade do século XX, a produção da cana de açúcar se expandiu consideravelmente na região Sudeste e no Brasil retornou a líder mundial no seu cultivo. Em 1973, com o choque do petróleo. O Brasil vai misturar novamente álcool à gasolina, fato que já tinha sido realizado parcialmente na era Vargas e logo abandonado pro questões de custos. Porém, como o petróleo foi para as nuvens após o primeiro choque, de 1973, turbinado pelo segundo choque, de 1979, preventivamente o País criou o PRÓALCOOL, em 1975, quando foi criado com grande sucesso o carro inteiramente movido a etanol. Milhões de consumidores acreditaram na solução nitidamente nacional. Porém, os preços do petróleo desabaram, o preço internacional do açúcar subiu. Para os usineiros não era interessante produzir álcool. Logo, a frota que chegou a perto de 80% movida a álcool foi definhando para até quase um nada nos anos de 1990.
No século XXI os preços do petróleo voltaram a subir bastante. O carro a álcool voltou a ser cogitado. No entanto, como alternativa de ser usado em substituição à gasolina no mesmo automóvel. O carro bicombustível se tornou vedete de vendas, podendo ser usado um ou outro combustível, além de na gasolina ser colocado até 25% de álcool. Tudo ia às mil maravilhas. Porém, nos últimos anos, os preços do açúcar se tornaram por demais atraentes. O filme se repetiu, dado que os usineiros voltaram a produzir mais açúcar, em detrimento do álcool. Mais uma vez o consumidor é penalizado com alto preço do etanol.
Nos dois governos de Lula, falava-se que o Brasil seria grande exportador de etanol. Brigava-se para que não houvesse barreiras de tarifas na sua importação pelos Estados Unidos. De repente, neste ano está faltando álcool. O Brasil está importando etanol dos Estados Unidos, pela incapacidade de atender a demanda interna. Por seu turno, um combustível limpo, testado e aprovado não terá mais a ênfase de poucos anos atrás. O petróleo um dia não será suficiente. Novo choque desse energético poluente trará graves conseqüências, principalmente para um país que quer ingressar no clube dos mais desenvolvidos.
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