21/09/2011 - CAPITALISMO É ARMA CONTRA POBREZA
O “Manifesto comunista”, de Karl Marx, circulou na Europa por volta do ano de 1850, trazendo uma proposta política para o fim do capitalismo, devido à grande exploração do capital sobre o trabalho, advinda com a revolução industrial. A tese geral anunciada é de que o socialismo levaria ao fim da pobreza e a igualdade entre os homens. Tal perspectiva levou a várias revoluções sociais, ocasionando milhões de mortos pelo mundo, em escala anual decrescente, até os dias atuais, em que pouquíssimos países ainda se dizem socialistas.
Em visita ao Brasil, convidado para participar da reunião anual do conselho da escola de negócios da Fundação Dom Cabral, o indiano Narayana Murthy, deu entrevista à revista Exame, datada de hoje, a de no. 1.000, em aproximadamente 45 anos de existência. Referido entrevistado é fundador da Infosys, empresa da área de tecnologia da informação, que faturou no último exercício US$6 bilhões. Sua tese é de que “o capitalismo é arma contra a pobreza”. Ele defende que as grandes empresas premiem seus funcionários com ações do capital das empresas ou permita também a sua compra, para incentivar o empreendedorismo.
Mostrando a sua trajetória aos 65 anos: “Particularmente para mim, não foi difícil passar de um esquerdista confuso para um capitalista determinado. Quando era jovem, fui trabalhar na França, onde entendi que a única maneira de tirar as sociedades da pobreza é por meio do empreendedorismo e do capitalismo. Ainda nos anos de 1970, decidi que precisava voltar à Índia e defender os seus conceitos. Foi a partir daí que fundamos a Infosys”. A sua receita para os povos: “É preciso melhorar os mecanismos de acesso ao capital para os empreendedores. A troca de experiências também é fundamental. É necessário criar uma plataforma em que empresários e empreendedores tomem conhecimentos, falem sobre suas dificuldades e sobre seus casos de sucesso”. A direção defendida por ele: “É curioso notar que ganhar escala e ter custo baixo, dois dos principais objetivos das empresas, é também importante na área da educação. Acredito que a tecnologia será decisiva nesse segmento. Recursos como a internet e as salas de telepresença permitem levar a educação de qualidade para muitos alunos e a custos baixos. Esse é o caminho... O melhor antídoto para se manter relevante é a inovação”.
No Brasil, vem-se fazendo o que o citado empresário diz. Porém, o limite do desenvolvimento brasileiro se esbarra justamente na ausência da educação brasileira de qualidade, que é a estratégia de longo prazo. Até agora o caminho tem sido muito demorado, muito embora a população saiba disto. Não há iniciativa política ainda capaz de mudar a trajetória ansiada. A crescente luta pela cidadania levará a isso, na atual fase do bônus demográfico brasileiro.
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