26/09/2011 - ENCONTRO ANUAL DO FMI

No encontro deste ano do Fundo Monetário Internacional (FMI), na semana que passou, a instituição deixou claro que somente dispõe de US$384 bilhões de reservas para empréstimos, que podem não serem suficientes se o segundo mergulho da crise capitalista se agravar. O primeiro mergulho se iniciou em 2008, sendo um conjunto de problemas do setor privado, acerca da alta especulação nos mercados creditícios, iniciando-se no mercado imobiliário e se estendendo para a esfera real, chegando a atingir duramente bancos e a indústria automobilística. A crise de confiança no setor privado ainda não foi completamente debelada, sendo que em 2011, ela se estendeu para o setor público. O segundo mergulho é da gestão dos governos, tanto dos Estados Unidos como os da União Européia.

Os 440 bancos e instituições financeiras que se reuniram no Instituto Internacional de Finanças, paralelamente à reunião do FMI, estão propondo que as autoridades mundiais flexibilizem a ajuda à Grécia, país mais complicado em seu endividamento. A idéia é prorrogar os títulos gregos, em troca de um desconto no seu valor. Os gregos querem uma redução de 50%. Nas contas dos banqueiros, o grau de endividamento que está em 155% do PIB baixaria para 122%, no final de 2015. Em 2020, alcançaria 98%. Outros países aguardam a sua vez, para também negociar com o FMI, tal como Portugal, Irlanda, Itália, dentre outros.

A situação da Grécia vem se deteriorando há mais tempo. Desde 2010, quando a endividada Grécia solicitou ajuda dos seus vizinhos europeus e do FMI, recebendo um aporte de US$110 bilhões, condicionados às medidas de austeridade, que o segundo mergulho da crise se fez sentir. O governo grego primeiro cortou os salários dos funcionários públicos em 15%. Houve grandes manifestações. Depois aumentaram impostos. Mais manifestações. Agora, a elevação do desemprego está a mostrar que o desastre grego é iminente.

Na esteira pessimista que assola a Europa, o mundo emergente, que vinha sendo considerado como recebedor de aplicações financeiras, tais como o Brasil, México e Austrália, de repente sentem que suas moedas começaram a ficar depreciadas, visto que os investidores internacionais agora estão se refugiando no dólar. O resultado imediato de tal movimento é o repique inflacionário. O relatório Focus, do Banco Central, pela primeira vez nos últimos anos, apresenta a inflação brasileira acima do centro da meta de 4,5%, mais o viés de 2%, a previsão dos analistas financeiros consultados é de que a perspectiva é de 6,52% no final do ano.

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